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Mensagem do CNPq aos usuários da Plataforma Lattes

"Todas as manifestações têm sido examinadas, ponderadas e consideradas como contribuições ao aperfeiçoamento do sistema. Podemos assegurar que o CNPq tem o maior empenho em solucionar os imprevistos e problemas decorrentes da modernização de sua informática"

Eis a mensagem do CNPq, assinada por Vânia Gurgel, assessora de Comunicação Social; Geraldo Sorte, coordenador-geral de Informática; Juliana Sousa, responsável pelos sistemas on line; e Charles Araújo, responsável pela Plataforma Lattes:

"Nos últimos dias, o CNPq tem sido alertado por pesquisadores sobre problemas causados no acesso à Plataforma Lattes pela mudança do sistema off line para on line

Todas as manifestações têm sido examinadas, ponderadas e consideradas como contribuições ao aperfeiçoamento do sistema. Podemos assegurar que o CNPq tem o maior empenho em solucionar os imprevistos e problemas decorrentes da modernização de sua informática.

Por sinal, as informações recebidas são indispensáveis para a solução desses mesmos problemas. É através delas que tomamos conhecimento das dificuldades encontradas por muitos usuários.

O sistema on line

A adoção do sistema on line, versátil e rápido, tornou-se inevitável diante da pressão imposta pela demanda crescente à Plataforma Lattes, que hoje registra mais de 820 mil currículos.

Nos meses de setembro e outubro de 2006, a Plataforma recebeu, em média, 200 mil consultas por mês.

Ao contrário do que possa parecer, o envio de dados pelo sistema off line ocupa mais espaço e tempo de processamento em nossos servidores do que o sistema on line.

Isto ocorre porque, por menor que seja a alteração, o pacote off line é sempre tratado como um CV novo e processado integralmente. No on line, apenas a modificação é processada.

Além disso, no off line, as atualizações do sistema implicam em downloads longos e individualizados para a instalação de novas versões e patches de correção.

Isto sem falar no download inicial do sistema de cerca de 10 megabytes, este, sim, um sério inconveniente em Internets lentas ou defectivas.

Ao contrário, atualizações do sistema on line são universais e executadas pelo sistema central sem envolver e consumir tempo do usuário.

Outro ponto a ser destacado é que certas validações, como por exemplo a da senha pessoal e das publicações científicas via Digital Object Identifier (DOI), só podem ser feitas, de forma efetiva, on line.

Mas, sobretudo, a Plataforma Lattes on line tem a incomparável vantagem de poder ser utilizada sobre qualquer sistema operacional, livre ou proprietário, sem necessidade de adaptações.

Igualmente pode ser acessada por versões recentes de quaisquer navegadores, livres ou proprietários. Nos últimos dois meses, nossos pesquisadores acessaram a Plataforma nas seguintes percentagens:

Sistemas operacionais: OS/2 e Sun Solaris (~0.1%), MaCos (0.3%), Linux (1.2%), Windows (98.2%).

Navegadores: Konqueror, Epiphany, Galeon e outros (<0.1%), Opera (0.1%), Safari (0.1%), Netscape (0.3%), Mozilla (0.4%), Firefox (6.9%), Explorer (91.7%).

Lattes compartilhado

A implantação da Plataforma Lattes, versão on line, em outras instituições é mais simples e segura para o CNPq do que a implantação da versão off line, principalmente porque alterações centrais se aplicam imediatamente a todas as instituições interligadas sem a referida necessidade de downloads.

O CNPq está agora em condições de criar até 30 espelhos da Plataforma (4 já estão em uso) destinados a instituições selecionadas que contribuirão para evitar o congestionamento do sistema central.

Além disso, estamos criando duas modalidades para extração e atualização de dados da Plataforma destinadas às instituições de ensino e pesquisa que o desejarem (em breve disponíveis, na Apresentação da Plataforma Lattes, no subitem Acordos Institucionais).

Mais que isto, com a versão on line, o CNPq poderá atender facilmente a um velho pedido de seus congêneres latino-americanos que, há algum tempo, gostariam de ter acesso aos códigos fontes da Plataforma Lattes.

Nesta forma, daremos um passo enorme no sentido da integração da ciência latino-americana e já começamos a assinar os convênios correspondentes com vários países.

Modernização de nossos serviços de informática

As tarefas acima delineadas não poderiam ser cumpridas com o modelo de informática existente no CNPq.

Há mais de uma década o CNPq não investia na aquisição de servidores de porte e dependia exclusivamente de contratos com empresas privadas para a criação, desenvolvimento e manutenção de seus programas.

A presente gestão optou por investir pesadamente no setor e reduzir a participação privada, assumindo a responsabilidade primária sobre a gestão, desenvolvimento e manutenção de programas, bem como na unificação da multiplicidade de sistemas não comunicantes em uso no CNPq.

Todos os programas novos e atualizações de programas existentes, como a própria Plataforma Lattes, foram feitas por pessoal subordinado ao CNPq, estatutários ou terceirizados.

O gráfico no link (http://www.jornaldaciencia.org.br/Images/invest_info.jpg) ilustra as despesas com serviços de terceiros e com equipamentos na área de informática. A diminuição nos custos totais nos últimos anos deu-se à custa da redução dos contratos com empresas particulares.

Novos programas e seus problemas

Preliminarmente, há que distinguir entre duas coisas: transtornos causados por deficiências técnicas, nossas ou do usuário, e aqueles causados pela adoção do modelo on line.

O presidente do CNPq, há algum tempo, encaminhou carta aos pesquisadores alertando-os para um previsível 'período de turbulências' que acompanharia a implantação do novo sistema de informática do CNPq.

Tivemos e continuamos a ter inúmeros problemas inerentes a qualquer processo de mudança e adaptação.

A migração de equipamentos obsoletos para servidores e ativos de rede modernos não foi feita sem 'turbulências' e muitas vezes tivemos que 'sair do ar' para reparos, quando possível, nas madrugadas.

Não tivemos o benefício de poder efetuar uma transição mais lenta e programada para os equipamentos mais novos porque toda a infra-estrutura de informática do CNPq estava à beira do colapso.

Com relação aos programas novos, é fato conhecido na área de informática que muitos problemas só se tornam aparentes com o uso do programa.

Inadequações e incompatibilidades com algumas versões de navegadores e bloqueadores de pop ups foram aparecendo com o tempo e sendo resolvidas.

Ainda recentemente um bug imprevisto impediu o envio e recepção de termos de Concessão. De outras vezes, foram formulários de propostas, pareceres ad hoc e prestações de contas. Defeitos e transtornos contornáveis, mas lamentáveis de qualquer forma.

A falta de familiaridade do usuário com novos programas agrava o processo.

Infelizmente, a utilização de qualquer sistema, seja do Banco do Brasil, da Receita Federal ou de compras via internet, exige, por parte do usuário, aprendizado e familiarização com o programa, que não são automáticos.

Porém, muitas das deficiências acima mencionadas, tanto do CNPq como do usuário, têm sido creditadas injustamente ao sistema on line.

A utilização do sistema on line

O uso do on line já estava bastante difundido entre os usuários do CNPq. Tivemos o cuidado de fazer um levantamento prévio sobre sua utilização em todo o país, exatamente pela preocupação com possíveis dificuldades em algumas áreas.

Não as encontramos de maneira significativa, mesmo porque previamente aumentamos em quatro vezes a capacidade de comunicação com a internet, prevendo a utilização de formulários on line em inúmeros editais.

Essa medida pôde ser considerada eficiente porque não comprometeu o aumento da demanda ao Edital Universal que este ano cresceu 19% em relação ao anterior e foi totalmente processado on line.

Dentre os usuários que atualizaram seus CVs desde 2000 até a data de implantação da nova versão do Lattes (17/07/2006), a percentagem dos que utilizaram o sistema on line em todo o país já era de 59%. A partir de 17 de julho de 2006, 252.764 pesquisadores atualizaram seus CVs, sendo 75% on line.

A percentagem de utilização do Lattes on line em algumas instituições do país está na Tabela que pode ser vista no link (http://www.jornaldaciencia.org.br/Images/tab_online.jpg)

Os dados da tabela mostram que o sistema on line não penaliza regiões remotas ou supostamente 'menos favorecidas', um dos principais argumentos de alguns usuários do Sudeste em reclamações genéricas contra o sistema.

Outra reclamação feita nas páginas do Jornal da Ciência, pelo vice-diretor do Museu Nacional, prof. Ruy Alves, refere-se a deficiências da internet de sua Instituição, às vezes, 'interrompida por vários dias'.

Acreditamos que esse seja um caso particular, mas que outros similares possam existir no país, como o referido pelo Prof. Raimundo Cunha do Cefet de Santa Catarina.

Mas, mesmo nesses casos, as deficiências da Internet não impediram, por exemplo, que, no período de 17/07 a 28/10/2006, sete entre oito doutores (88%) do Cefet-SC e 64 entre 86 doutores (74%) do Museu Nacional atualizassem seus CVs on line.

Dos e-mails que recebemos contra a extinção do off line, a maioria (oito) foi da UFRJ, o que, de certa forma, nos surpreende, porque nesta universidade a atualização via on line foi de 74% na Psicologia; 76% na Nutrição; 79% na Matemática; 82% na Química, 89% na Psiquiatria; 89% na Física e 91% nas Ciências Biomédicas.

Salvar periodicamente

Hoje, atualizações curriculares dos 820 mil usuários do sistema são geralmente muito curtas, sendo raros os envios de novos e longos CVs. A absoluta maioria de pesquisadores costuma fazer apenas pequenas adições ou alterações aos currículos já registrados anteriormente.

Por isso, os acessos à Plataforma são em maioria rápidas: 76% não ultrapassam cinco minutos e devem ser apenas buscas ou acertos mínimos. Os restantes não se alongam, em média, além de 15 minutos, não envolvendo, portanto, longas utilizações da Internet.

Mesmo assim, queremos lembrar que o sistema on line permite que, a qualquer momento, os dados já digitados sejam salvos para serem retomados oportunamente. Aparentemente, muitos dos pesquisadores desconhecem esse recurso, possivelmente por falta de familiarização com o sistema.

De qualquer forma, estaremos sempre atentos e procurando minorar os problemas apresentados por nossos usuários.

Programas agregados

Um outro problema, de caráter mais limitado, trazido pela versão on line, diz respeito a programas, desenvolvidos por instituições ou pesquisadores, que foram agregados ao Lattes off line para facilitar a extração ou manipulação de dados.

O CNPq está inteiramente à disposição dos gestores desses programas para a sua adaptação, se possível, ao Lattes on line. Já contatamos alguns dos responsáveis por esses programas e os que ainda não o foram, pedimos que nos procurem.

O futuro

O CNPq está investindo no futuro ao recompor sua própria competência em informática e em atualizar seus equipamentos e sistemas. A principal Agência de suporte aos pesquisadores do país não pode se apoiar em uma informática dependente e antiquada.

Apenas lamenta que seus esforços de atualização possam causar algum transtorno a seus usuários e a instituições que ainda não estejam totalmente preparadas para a internet.

Lamenta, também, os transtornos e 'turbulências' causadas por nossas próprias deficiências na adoção de novos programas e sistemas. Sinceramente, esperamos que esses transtornos sejam transitórios. Tenham a certeza de que faremos tudo para minorá-los.

Nesse sentido, o sr. presidente já determinou ao setor de informática que estenda até 30 de Novembro o prazo para desativação do sistema off line, esperando que essa prorrogação permita ainda alguns ajustes necessários a nossos usuários."


Data: 30/10/2006