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Atuação da Capes vai mudar a educação básica, diz ministro

Fernando Haddad desafia Capes a contribuir para aumento de patentes

A participação da Capes na formação dos professores de educação básica vai melhorar a qualidade do ensino brasileiro.

"Vocês não têm idéia ainda da repercussão dessa medida para aquele professor da educação infantil, fundamental e média, do interior do país", afirmou o ministro Fernando Haddad (foto), durante as comemorações do 55º aniversário da Capes, nesta quarta-feira, 8, no Palácio do Planalto.

O ministro referia-se, em seu discurso, ao projeto de lei já enviado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Congresso Nacional, que amplia as funções da Capes. Aprovada a nova lei, a instituição vai se responsabilizar por qualificar, avaliar e fomentar a formação dos professores da educação básica.

Toda a inteligência e o conhecimento acumulados nessas cinco décadas da Capes serão utilizados para pensar a formação dos professores em geral, "dos que exercem o ofício de ensinar no nosso País", aposta o ministro. Pela atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), essa responsabilidade na educação básica é de estados e municípios e, apenas supletivamente, da União.

O ministro afirma que a Capes assumirá ainda a Universidade Aberta do Brasil (UAB) - que já selecionou 397 pólos no país para oferta de cursos de graduação.

Atualmente a Universidade Aberta está sob o comando da Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC). Em 2007, a UAB ofertará 60 mil vagas em cerca de 1.400 cursos, a maioria de licenciatura (692) para a formação de professores.

"O Conselho Superior da Capes assumiu o desafio proposto de cuidar dos professores da educação básica", disse o ministro. A seu ver, o grande trabalho para a formação de recursos humanos na educação irá desde o nível superior ao básico.

A decisão, que ainda depende de aprovação no Congresso, na opinião do ministro, representa para os professores a esperança de que serão considerados os protagonistas da transformação da educação básica no País.

"A atenção a um nível de ensino não é feita em detrimento de outro, mas eles se complementam e se reforçam", afirmou.

Além de assumir a UAB, a Capes terá um comitê de educação básica, que trabalhará junto com o comitê técnico do órgão, e abrirá concurso para reforçar seus recursos humanos.

Haddad desafia Capes a contribuir para aumento de patentes

O ministro da Educação lançou um novo desafio, nesta quarta-feira, Capes: contribuir para aumentar o número de registros de patentes brasileiras.

"O Brasil tem 2% da produção científica mundial, mas esse conhecimento não se traduz em patentes", afirmou o ministro, durante a solenidade do 55o aniversário da Capes, no Palácio do Planalto. Outro desafio da Capes, segundo o ministro, é formar professores da educação básica.

Hoje, apenas 17 países produzem maior conhecimento científico do que faz o Brasil, que cresceu 8,3 vezes neste setor, nos últimos 25 anos. Dados da Capes indicam que esse crescimento de 2004 para 2005 foi de quase 20%, o maior do mundo.

"Ultrapassamos países com larga tradição científica como Bélgica, Israel, Noruega, Finlândia e muitos outros", explicou o presidente da Capes, Jorge Guimarães.

Contudo, segundo o ministro, o país tem menos de 0,5% das patentes registradas no mundo e menos ainda deste percentual com relação às patentes comercializadas.

A Capes, o MEC, o CNPq e o Ministério da C&T, na opinião do ministro, podem somar esforços e traduzir a produção científica em tecnologia.

Ao mesmo tempo em que todos devem olhar a educação básica de outra maneira, é preciso também olhar a pós-graduação com outros olhos e enfrentar o desafio de "traduzir a eficiência da produção científica no aumento do trabalho e da produção", explicou Haddad.

Reitores, parlamentares, dirigentes da Capes, da Academia Brasileira de Ciências, da SBPC, do CNPq, o ministro Sérgio Resende, da Ciência e Tecnologia, e o presidente da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Carlos Henrique Custódio, participaram da solenidade no Planalto.

O ministro entregou prêmios a doutores e os Correios lançaram um selo e o carimbo comemorativo dos 55 anos da Capes.

Em nome dos premiados, Ana Lúcia Almeida Gazzola, diretora do Instituto Internacional da Unesco para a Educação Superior na América Latina e Caribe (Ielsac), lembrou do difícil momento em que o então presidente Fernando Collor decretou o fechamento da Capes no seu primeiro dia de governo.

Medida impedida pelo esforço e união da comunidade científica. "Hoje, a Capes forma 10.500 doutores por ano e é um orgulho de todos", comentou.


Data: 09/11/2006