A ciência e a tecnologia foram tema de mais um debate da série "A Cultura e o Mundo Amanhã", realizado nesta segunda-feira no auditório Castelo Branco, da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Desequilíbrios e estratégias para o desenvolvimento da ciência e da tecnologia no Brasil e no Ceará foram debatidos ontem no penúltimo debate da série A Cultura e o Mundo Amanhã, no auditório Castelo Branco, da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Com o tema "Como o Estado do Ceará deve se posicionar nas agendas global e nacional em relação à ciência, tecnologia e inovação?", o debate, que foi transmitido ao vivo pela AM do POVO/CBN, contou com a participação dos professores Tarcísio Pequeno, da UFC, e Celso Melo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e do deputado federal Ariosto Holanda (PSB-CE).

Para o físico Celso Melo, o Brasil ainda tem muito a fazer para promover grandes avanços tecnológicos.

"Não fomos capazes, até agora, de construir políticas para a educação, muito menos para a ciência e a tecnologia. Custa dinheiro mas gera uma cadeia de desenvolvimento e não estamos fazendo nada para alcançar isso", afirma.

Por outro lado, o professor da UFPE também acredita que há muito conhecimento nas universidades, mas que é preciso transferi-lo. "O Brasil sempre foi pensado para poucos. Países que deram certo fizeram um projeto inclusivo e, para nós, não existirá futuro se não soubermos onde queremos estar como nação", completa.

O déficit na educação brasileira é o principal problema para a transferência de conhecimento, de acordo com o deputado federal Ariosto Holanda (PSB-CE).

"Vivemos em um modelo perverso que tem como foco o mercado, por isso, é preciso definir uma política de desenvolvimento humano, um projeto de ciência e tecnologia que inclua as pessoas. Temos de levar o conhecimento ao povo que precisa", analisa.

"Quase 100% das crianças estão na escola, mas que escola é essa? Temos a cultura do faz de conta que vem desde o tempo que éramos colônia, mas precisamos é de um programa sério de educação", concorda o professor de Lógica e Inteligência Artificial do curso de Computação da UFC, Tarcísio Pequeno.