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Museu rejeita evolução e conta História de Adão e Eva

Movimento criacionista, que defende que o mundo foi criado conforme diz a Bíblia, volta a ganhar a cena nos EUA

Depois de vários Estados terem adotado o assunto no currículo de biologia, agora está sendo construído o Museu da Criação.

A idéia surge poucos meses depois do fim de uma exposição no Museu Americano de História Natural, em homenagem ao naturalista Charles Darwin, que tinha como objetivo mostrar que a evolução é fato científico. E ponto.

Em contra-ataque, o novo museu se propõe a apresentar o que os responsáveis pela obra chamam de "verdadeira história" contida no Gênesis.

Ali estarão expostos bonecos eletrônicos de Adão, Eva e Noé. Caim - depois do assassinato de seu irmão Abel - ouvirá a voz furiosa de Deus no Velho Testamento.

Um filme com efeitos especiais sugerirá que o Universo surgiu com a presença de um criador, em vez do cientificamente aceito Big Bang.

Além disso, vai contar que o universo tem somente 6 mil anos de idade (ante os cerca de 14 bilhões defendidos pela ciência) e foi criado em sete dias. Todos os trabalhadores da construção tiveram de assinar um contrato declarando acreditar nisso.

Um programa de computador tenta explicar como Noé pôs os animais no barco. E formações geológicas como o Grand Canyon são justificadas como criações do Dilúvio.

Apesar de achar explicação para quase tudo, os criacionistas, como era de se esperar, tropeçam ao falar dos dinossauros - que não aparecem na Bíblia, mas cujos ossos estão aí para não deixar ninguém duvidar da sua existência.

As bestas Behemoth e Leviatã, do Livro de Jó, são usadas como uma explicação pouco convincente.

Mas Ken Ham, fundador do museu, não quer nem ouvir falar de hominídeos antigos, apesar dos fósseis. "Essas coisas não existem", disse ele ao jornal britânico "The Guardian".

"Esses esqueletos podem ter sofrido alguma doença. Vi pessoas assim correndo pelas ruas de Nova York." (Der Spiegel, Alemanha)


Data: 16/11/2006