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Engenharia de materiais está em alta

Muito requisitada, a carreira de engenharia de materiais tem registrado escassez de profissionais, com perspectiva de atuação em diversos setores.

O engenheiro dessa área lida com a aplicação e o desenvolvimento de novos materiais metálicos, poliméricos (plásticos) e cerâmicos, entre outros.

As ofertas de trabalho são em geral nas indústrias petroquímicas e siderúrgicas e no ramo de fabricação de embalagens.


No entanto, segundo Horacidio Leal Barbosa Filho, diretor-executivo da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, existe ainda muito espaço para crescer em outras áreas.

"Indústrias de avião, petróleo, gás, automóveis, papéis e cerâmicas são alguns dos ramos que têm recrutado muitos profissionais. E já está faltando engenheiro no mercado brasileiro com essa formação", avalia Barbosa Filho.

"O campo de atuação abrange todos os ramos da engenharia porque os materiais são os meios com os quais os projetos de engenharia são feitos", afirma Francisco Ambrozio Filho, coordenador do departamento de metalurgia e materiais do Centro Universitário da FEI.

"Há ainda a nanotecnologia e o desenvolvimento de materiais inteligentes, com aplicações específicas, como uma embalagem com maior resistência ao tempo e à pressão."

Para o professor da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) Nelson Guedes de Alcântara, por ter uma formação completa, o profissional é muito requisitado. "Há um campo real de oportunidades."

Número pequeno

O número de profissionais graduados na área é muito pequeno no país. O Confea (Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) não dispõe de dados específicos sobre a carreira, mas, pelas estimativas da Associação Brasileira de Metalurgia e Materiais, aproximadamente 10% dos 4.000 associados da entidade são engenheiros de materiais.

A concentração é maior em São Paulo, no Rio e em Minas, mas há também em outros Estados, como Rio Grande do Norte, Paraná e Paraíba.

"O número de pessoas com a formação em materiais é realmente reduzido. Por esse motivo, vários cursos de pós-graduação estão sendo criados para suprir a falta de especialização na área", ressalta o diretor-executivo da associação.

Para o venezuelano Roberto Rojas, 39, os convênios firmados entre universidades e indústrias têm ajudado a atrair o interesse dos estudantes de engenharia para a carreira.

Há 17 anos no Brasil, ele se graduou em engenharia de materiais com menção em cerâmica na UFSCar e depois fez mestrado na área pela mesma instituição. Hoje, ele é responsável pelo sistema de qualidade da Cerâmica Gyotoku, que fabrica pastilhas, pisos e revestimentos. Rojas tem que verificar se as características das placas cerâmicas estão dentro das normas, como tamanho, espessura, resistência e abrasão superficial (qual o desgaste da placa com o trânsito).

Curso

Os dois primeiros anos do curso de engenharia na Escola Politécnica da USP têm matérias básicas, como fundamentos de cálculo, álgebra e física. A partir do quinto semestre, o estudante escolhe o tipo de engenharia e faz as disciplinas específicas da carreira escolhida, segundo André Paulo Tschiptschin, chefe do departamento de engenharia metalúrgica e materiais da USP.

"Em materiais, o estudante adquire conhecimentos sobre matérias-primas, processamento, propriedades, estrutura e aplicações", explica.


Data: 07/02/2007