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Projeto de transposição do São Francisco será retomado

Ministro disse “projeto executivo da obra está em andamento”

 

O polêmico projeto de transposição do Rio São Francisco deve ser retomado após o carnaval. O ministro da Integração Nacional, Pedro Brito, disse nesta quarta-feira, 14, que os editais para as obras deverão sair depois do feriado. "Todas as liminares foram derrubadas e o projeto executivo da obra está em andamento", afirmou.

 

Incluída no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a transposição do São Francisco deverá receber R$ 4,5 bilhões até 2010. Brito reuniu-se pela manhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar de obras hídricas, previstas no PAC.

 

De acordo com ele, somente neste ano os investimentos em recursos hídricos deverão somar R$ 2,164 bilhões. Desse total, R$ 550 milhões já estão incluídos na Lei Orçamentária e o restante deverá ser liberado por meio de créditos extraordinários.

 

A região Nordeste é a que deverá receber o maior montante de investimentos nessa área, R$ 1,7 bilhão, principalmente para obras no semi-árido. A reunião previa ainda a discussão sobre obras de ferrovias e portos, também pautadas pelo PAC.

 

ONGs protestam

 

As organizações não-governamentais (ONGs) que se opõem à transposição do Rio São Francisco pretendem usar dados do próprio governo para combater o projeto. Os dados estão no Atlas Nordeste, que prevê R$ 3,6 bilhões para enfrentar o problema da seca.

 

De acordo com o vice-presidente do Comitê da Bacia do São Francisco e professor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Luiz Fontes, o Atlas Nordeste, lançado em dezembro pela Agência Nacional de Águas (ANA), demonstra a inutilidade da transposição.

 

"O documento, feito pela parte séria do governo, joga por terra as argumentações do próprio Ministério da Integração sobre a questão. Comprova que basta distribuir a água que já está lá, no semi-árido, sem precisar recorrer ao São Francisco, em cuja bacia não sobra água para a transposição."

 

A promotora Luciana Khoury, do Ministério Público da Bahia, disse que espera para discutir a questão. "Ainda estamos esperando o cumprimento da promessa que o presidente Lula fez, após a greve de fome de d. Luiz Flávio Cappio, de que negociaria com todos os interessados."


Data: 14/02/2007