Graduação a distância amplia acesso ao ensino Oferta de cursos tem crescido; governo irá recadastrar pólos Os cursos de graduação a distância ou não-presenciais são uma modalidade de ensino em que o aluno quase não vai à faculdade e, às vezes, só o faz para responder às provas.
Para isso, os cursos se valem bastante de recursos tecnológicos, como internet, bate-papo virtual, áudio ou videoconferência, rádio e TV. Mas o correio também é usado.
Em sala de aula, sempre deve haver um professor, que é chamado de tutor, que irá passar atividades e auxiliar nas dúvidas. Também há um tutor a distância, que fica na universidade, acessível por e-mail, portal da instituição na internet ou telefone. No entanto, o diploma é expedido pela faculdade a qual o curso pertence. Michelangelo Martins Alves, 26, vai uma vez por semana no pólo da faculdade que cursa a distância. "Costumo acessar o material pela internet em geral de madrugada, que é quando dá tempo. E, se tenho alguma dúvida, escrevo no portal e em até 12 horas tenho a resposta. Posso também ler textos de apoio da biblioteca virtual", diz. Um decreto do final do ano de 2005 regulamentou a equivalência irrestrita entre diplomas presenciais e a distância. "Por lei, o diploma de um curso a distância tem validade idêntica a qualquer outro curso presencial", afirma Ronaldo Mota, secretário de Educação a Distância. Um decreto do mês passado prevê ainda o recredenciamento de todos os pólos do país. "A intenção é ter um controle maior e preservar a qualidade", diz. Para fazer o curso, o estudante tem de passar pelo processo de seleção normalmente. Democratização Em 2005, havia 82 cursos de graduação e tecnológicos a distância credenciados e mais de 109 mil alunos matriculados, segundo o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância de 2006. "A implantação da educação a distância é muito recente no país, data do fim da década de 90", afirma Waldomiro Loyolla, diretor-científico da Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância). "A oferta de cursos de graduação a distância tem crescido bastante nos últimos anos no Brasil. Considero isso importante para ampliar o acesso ao ensino superior, mas é preciso ficar atento para não haver queda na qualidade", pondera Nelio Bizzo, professor de metodologia do ensino a distância da faculdade de educação da USP. Programa tem convênio com 50 federais Em 2006, o governo federal instituiu o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) com o objetivo de oferecer vagas em cursos de educação superior a distância em uma articulação com outros níveis de governo. O Sistema UAB tem a participação de 290 pólos de apoio presencial que iniciam suas atividades, neste ano, em 289 municípios brasileiros distribuídos em todos os Estados. "Atualmente 50 instituições federais são conveniadas ao programa. E está em fase de edital o credenciamento das estaduais e municipais", afirma o secretário de Educação a Distância, Ronaldo Mota. Ficam a cargo dos municípios e dos Estados a implementação e a manutenção de seus pólos, onde acontecerão as atividades presenciais. Data: 22/02/2007 |