Palestra fez parte do seminário comemorativo dos cinco anos de criação da universidade

O segundo e último dia de realização do Seminário UFCG 5 anos: O que fomos, o que somos, o que queremos ser, realizado no Centro de Extensão do campus Campina Grande, em comemoração aos cinco anos de criação da instituição, começou com a participação do reitor da Universidade de Brasília, Timothy Mulholland (foto), que, diante de uma atenta platéia, apresentou na manhã de hoje, quarta, 11, os pontos mais importantes do Projeto Universidade Nova.

Após ser saudado pelo reitor Thompson Mariz, o professor Mulholland iniciou sua exposição explicando que o conceito do projeto Universidade Nova, na realidade, foi “herdado” de um projeto idealizado ainda nos anos 30, pelo educador Anísio Teixeira, e parcialmente implantado por ele, com o então reitor Darcy Ribeiro, na UnB, quando de sua criação em 1962. “O projeto, abandonado durante a Ditadura Militar, era bastante inovador, abordando questões ainda hoje não resolvidas”, comentou.

Mulholland disse que a retomada do projeto pelo reitor da UFBA, Naomar de Almeida Filho, trouxe à tona um conjunto de idéias que, no seu entender, solucionariam vários dos problemas atualmente enfrentados pelas universidades. Ele cita, por exemplo, a contradição entre o crescimento da demanda pelo Ensino Superior e o aumento da taxa de evasão nas universidades. “O que acontece é que, no atual modelo, forçamos garotos de 17 anos a escolher o que vão fazer pelo resto da vida, quando muitos não sabem nem o que fazer no final de semana”, brincou.

No modelo proposto pelo Projeto Universidade Nova, os alunos cursam um bacharelado interdisciplinar, de formação geral, durante seis semestres. É o chamado Ciclo Básico, após o qual o aluno pode escolher entre formar-se como bacharel ou prosseguir numa graduação profissionalizante, progredindo, se assim o desejar, até a pós-graduação.

Pela composição do sistema proposto, o estudante poderia traçar vários caminhos para concluir sua formação. Isso porque teria a opção de iniciar o Ciclo Básico em um instituto e seguir o bacharelado em outro da mesma área do conhecimento. “Isso vai permitir que os estudantes tenham, além da mobilidade dentro da instituição, capacidade de trabalhar de maneira interdisciplinar”, explicou.

Para o reitor da UnB, a melhor característica do Projeto Universidade Nova “é ser um projeto que nasce de baixo pra cima. Não está sendo imposto pelo MEC e não depende de sua aprovação para ser implantado”. Ele lembra, entretanto, que a validade destas idéias só deve ser estabelecida depois de um amplo debate. “Graças à autonomia universitária, cada instituição poderá decidir, como, quando ou se deve implantá-lo”.