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Obesidade mórbida cresce nos EUA, diz estudo

Os americanos com obesidade mórbida (com 45 quilos ou mais acima do peso normal) representam o grupo de pessoas com excesso de peso que mais aumenta nos Estados Unidos, de acordo com pesquisa do instituto Rand Corporation.

 

Segundo pesquisa da organização, a proporção de pessoas gravemente obesas aumentou em 50% de 2000 a 2005, duas vezes mais rápido do que o aumento de pessoas com obesidade considerada moderada.

 

"A proporção de pessoas no alto da escala de peso continua a aumentar num ritmo rápido, apesar da crescente atenção pública para os riscos da obesidade e do crescente uso de estratégias de perda rápida de peso como a cirurgia bariátrica (cirurgia de redução do estômago)", disse Roland Sturm, autor do relatório e economista da Rand.

 

Para ser classificada como obesa mórbida, uma pessoa tem que ter um índice de massa corporal (IMC) igual ou superior a 40 kg/m².

 

O IMC é calculado dividindo o peso pela altura ao quadrado. Uma pessoa que pesa 118 kg e tem 1,70 m de altura, por exemplo, tem o IMC de 40,83 kg/m².

 

Especialistas em saúde das Nações Unidas recomendam que o IMC fique aproximadamente entre 18,5 kg/m² e 25 kg/m².

 

Sturm descobriu que a proporção de americanos com IMC de 30 kg/m² ou mais aumentou em 24%, a proporção de pessoas com IMC 40 kg/m² ou mais subiu 50% e a proporção de americanos com IMC de 50 kg/m² ou mais cresceu 75%.

 

Gastos médicos

 

Os grupos mais obesos vem aumentando em ritmo mais intenso nos últimos 20 anos.

 

A assistência médica para adultos de meia idade com IMC supeiror a 40 kg/m² pode ser o dobro das pessoas com peso considerado normal.

 

Em casos de pessoas com obesidade moderada e IMC entre 30 e 35, o aumento é de apenas 25%, segundo o estudo da Rand Corporation.

 

O número de cirurgias bariátricas aumentou de uma estimativa de 13 mil em 1998 para mais de 100 mil em 2003, de acordo com o levantamento.

 

Especialistas estimam que até 200 mil cirurgias do tipo foram realizadas em 2006. Mas o aumento da popularidade desse tipo de cirurgia não teve nenhum impacto notável na tendência da obesidade mórbida, segundo Roland Sturm.

 

Dieta não ajuda a emagrecer a longo prazo, diz estudo

 

Uma pesquisa realizada na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) concluiu que quem faz dieta tem poucas chances de reduzir seu peso a longo prazo.

 

Os cientistas descobriram que entre 30% e 60% de pessoas que fizeram regime ganharam mais quilos em um espaço de quatro ou cinco anos do que tinham perdido nos primeiros meses.

 

"Você pode perder de 5% a 10% de seu peso em seis meses, com vários tipos de dieta. Mas depois os quilos voltam", disse Traci Mann, professora de psicologia da UCLA e uma das autoras da pesquisa, publicada na revista da Associação Americana de Psicologia.

 

"As dietas não são eficientes no tratamento da obesidade, e seus benefícios são muito pequenos se comparados com os prejuízos", afirmou.

 

'Prognóstico'

 

Mann e seus colegas analisaram rigorosamente 31 estudos já realizados sobre dietas, em vez de avaliar os regimes em si.

 

"A perda de peso sustentada só foi registrada em uma pequena minoria dos participantes, enquanto a maioria demonstrou ter recuperado tudo o que haviam perdido", explicou Mann.

 

Segundo ela, alguns fatores comprometeram o resultado dos estudos já existentes, às vezes para fazê-los parecer mais eficientes do que realmente eram.

 

Em um deles, muitos dos participantes eram requisitados a reportar seu peso por telefone ou por carta, em vez de terem suas medidas tiradas por especialistas.

 

Outros estudos falhavam em acompanhar os participantes a longo prazo.

 

"Muitas pesquisas indicam que uma dieta é, na realidade, um prognóstico do peso que uma pessoa vai ganhar no futuro", disse Janet Tomiyama, co-autora do estudo da UCLA.

 

Segundo ela, uma investigação analisada pela equipe mostrou que homens e mulheres que seguiram um programa de emagrecimento acabaram ganhando mais peso no espaço de dois anos do que aqueles que não seguiram.

 

Exercícios

 

Para Traci Mann, a maioria das pessoas teria uma saúde melhor se nunca tivesse tentado fazer dieta, pois seus organismos não teriam sofrido com as conseqüências de perder quilos e depois recuperá-los - o chamado efeito-sanfona.

 

Outros estudos já mostraram que o problema está ligado à incidência de doenças cardiovasculares, derrames, diabetes e alterações imunológicas.

 

"Comer em moderação é uma recomendação positiva para todo mundo", disse Mann. "Mas fazer exercícios regularmente pode ser ainda melhor, já que esta pode ser a chave para um emagrecimento sustentado."

 

"Város estudos já mostraram que as pessoas que praticavam exercícios eram as que mais perdiam peso."


Data: 11/04/2007