topo_cabecalho
Descoberto um gene ligado à longevidade

Remédios poderiam aumentar o tempo de vida sem muito sacrifício

Há sete décadas se sabe que uma dieta de alta restrição calórica, muito rigorosa, aumenta a longevidade.

Pelo menos, em vermes, camundongos e macacos. Agora, pesquisadores dizem estar perto de descobrir o motivo exato.

Eles encontraram um gene que é "ligado" por dietas extremas.

Trata-se do primeiro gene diretamente associado à longevidade. E o mais promissor da descoberta é que o gene também existe em seres humanos.

Assim, no futuro, remédios que ativassem o gene poderiam, em tese, aumentar o tempo de vida de uma pessoa sem necessidade de uma dieta muito restrita.

Um estudo publicado na edição desta semana da revista "Nature" diz que o gene parece ser essencial para aumentar a expectativa de vida de animais submetidos a uma dieta de restrição calórica, na qual todos os alimentos altamente calóricos são cortados, mas o indivíduo continua a receber todos os nutrientes dos quais necessita para se manter vivo. A pesquisa foi liderada por cientistas do Instituto Salk, em San Diego, na Califórnia.

Os pesquisadores descobriram que quando o gene, chamado PHA-4, era bloqueado os benefícios de uma dieta de restrição calórica era perdida e os vermes nematódeos (muito usados no estudo da longevidade) estudados viviam menos.

Porém, quando o gene tinha cópias duplicadas, animais que não faziam dieta viviam mais. Eles tinham um ganho de tempo semelhante aos do que passavam por um regime severo. O gene está associado ao metabolismo de açúcares, mas não se sabe exatamente como funciona.

- Após décadas de busca finalmente começamos a entender por que a restrição calórica faz viver mais. Podemos procurar substâncias que estimulem esse gene em seres humanos - disse Andrew Dillin, do Instituto Salk e um dos autores da pesquisa.


Data: 03/05/2007