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Pesquisa da Firjan aponta falha de universidades na formação de futuros empreendedores

As universidades falham na formação de futuros empreendedores, conclui estudo divulgado, no dia 21 de maio, pela Assessoria de Pesquisas da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). No período de 15 de março a 27 de abril, 1.795 alunos do último ano de 80 universidades públicas (36,2%) e privadas (63,8%) em 26 municípios fluminenses responderam ao questionário.

 

O diagnóstico, segundo o vice-reitor de Planejamento e Desenvolvimento da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),  Carlos Antonio Levy, contém “uma dose de verdade – nossa cultura não tem sido a de estimular esse tipo de iniciativa”. A universidade, explicou, ainda segue um modelo de formação “principalmente da elite do funcionalismo público e não é à toa que a pesquisa revela o emprego público como primeira opção para 63,5% dos alunos, apesar de eles terem consciência das mudanças do mercado'.

 

Para 65,6% dos universitários consultados, é insatisfatória a prestação de serviço na área do empreendedorismo, pois raramente as escolas oferecem disciplinas sobre negócio próprio em sala de aula (50,3%), não há estímulo nesse sentido por parte dos professores (57,8%) e quase não é feita análise de casos de empresas durante as aulas (54,4%). Em relação aos principais fatores para se abrir um empreendimento, 50,6% dos pesquisados citaram a posse de capital próprio, seguida por conhecimento do campo de atuação (28%). Somente 7,1% afirmaram que o fundamental é ter uma idéia ou produto inovador.

 

O vice-reitor informou que algumas universidades já começaram a reformar seus currículos e que a UFRJ tem se esforçado para incorporar, especialmente nas áreas tecnológicas como a de engenharia, iniciativas com esse viés. 'Mas elas ainda são insuficientes e precisam ser expandidas', completou.

 

Na avaliação do presidente em exercício da Firjan, Carlos Mariani Bittencourt, a sondagem aponta “um paredão para os jovens quando chegam ao final da universidade”. Ele informou que a entidade pretende levar o assunto ao Fórum de Reitores e contribuir para a implantação de programas de empreendedorismo nas instituições de ensino superior do estado.

 

Já o reitor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Roberto Sales, contestou em parte a pesquisa, ao afirmar que 'a universidade forma o cidadão, é obrigação dela, mas também forma pessoas preparadas para o mercado”. Ele lembrou que na área de ciências humanas essa conotação do empreendedorismo é menor e que tanto a UFF quanto a UFRJ possuem incubadoras de empresas emergentes desenvolvidas por alunos.

 

A pesquisa da Firjan revela, por outro lado, que a maioria dos entrevistados desconhece a existência desse tipo de mecanismo de incentivo. E também como obter crédito (73,6%) ou as principais fontes de financiamento para a abertura de um negócio (66,4%).


Data: 22/05/2007