Em uma assembléia realizada ontem, às 11h, no auditório do Centro de Extensão José Farias da Nóbrega, os docentes da Universidade Federal de Campina Grande - UFCG, definiram uma Comissão de Exceção, para avaliar a solicitação do reitor da Instituição, Thompson Fernandes Mariz, para que os diários de classes sejam liberados.

O pedido do reitor concerne à frequência dos alunos e respectivas notas nas disciplinas do período letivo 2005.1, para que o mesmo possa ser concluído e os cerca de 11 mil estudantes da instituição não saiam prejudicados, podendo iniciar normalmente o segundo semestre deste ano.

Segundo o presidente da Associação dos Docentes da Universidade Federal de Campina Grande - Adufcg, Amauri Fragoso, a Comissão de Exceção deverá estudar o pedido e encaminhará, na próxima segunda-feira, um parecer durante uma reunião do comando de greve, que também avaliará as conclusões da comissão, para que uma decisão seja tomada a respeito.

Amauri Fragoso apontou que, infelizmente, na assembléia realizada ontem, não houve nenhuma nova proposição do governo federal, no que se refere às reivindicações dos professores, mas foram discutidos os encaminhamentos da greve. Na última negociação, o governo alegou a indisponibilidade de recursos para atender às reivindicações, alegando que para isso, deveria ser investido um montante de R$ 1,3 bilhão, e a declaração foi contestada pelos docentes.

Os professores demonstraram que os valores necessários seriam de R$ 922 milhões/ano e que se forem deduzidos os 22% do recolhimento da contribuição para o Plano de Seguridade Social dos Servidores Federais, a diferença cai mais R$ 141 milhões e os gastos do governo chegariam a R$ 71 milhões. O Ministério da Educação e Cultura - Mec acatou as ponderações, mas nada em definitivo ficou estabelecido.

Reivindicações

As principais reivindicações dos docentes são a paridade entre os salários dos trabalhadores da ativa e dos aposentados, a isonomia nas gratificações e um reajuste de 18% nos vencimentos básicos. O Mec oferece aumento de 50% para titulação (acréscimo recebido quando o professor possui mestrado, doutorado ou especialização), criação de uma quinta categoria na carreira, o que significa uma possibilidade maior de ascensão e o retorno do grupo de trabalho para reestruturar o plano de carreira.

Somando-se a UFCG, já são 39 universidades federais em greve no país. Na próxima terça-feira, os docentes do Campus de Sousa decidirão se irão aderir ao movimento.