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Brasil pode ter de recorrer à opção nuclear, diz Thelma Krug

Encarregada de coordenar um plano nacional para enfrentar o aquecimento global, a nova secretária de Mudanças Climáticas, Thelma Krug, assume o cargo do Ministério do Meio Ambiente disposta a levar adiante debates polêmicos, como a energia nuclear. A retomada das obras da usina de Angra 3 é condenada pela chefe, a ministra Marina Silva.

 

"Vamos ter de encarar, botar isso na balança. Entre uma [usina] nuclear, uma térmica a carvão e você não ter um esforço de mitigação [da emissão de gases de efeito estufa] à altura, vamos ter de colocar tudo isso na mesa. Serão decisões muito difíceis", prevê Krug.

 

Quando foi convidada, já na condição vice-presidente do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas), Thelma Krug perguntou à ministra qual seria o nível mínimo de desmatamento a que o Brasil poderia chegar sem conter o desenvolvimento do país. A pergunta ficou sem resposta, conta em entrevista à Folha. A secretária não acredita em "desmatamento zero" por ora.

 

Krug avalia que o plano para enfrentar as mudanças climáticas ainda deverá consumir dois anos de estudos no governo. Antes disso, ao lado de outras medidas destinadas a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, a secretária defende o zoneamento da expansão do cultivo de cana-de-açúcar destinado à produção de etanol.

 

As mudanças climáticas são "um ponto de agenda que não vai se perder nunca mais. Até porque os eventos externos previstos com maior periodicidade, maior freqüência, não vão deixar ninguém esquecer", avalia.

 

Krug atribui a pressões da Índia, país que o presidente Lula visita, o esvaziamento da proposta brasileira de criar um fundo com dinheiro de países ricos para recompensar países em desenvolvimento pela redução do desmatamento.


Data: 04/06/2007