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Enade: Boas escolas têm melhor infra-estrutura

Laboratórios bem equipados e professores dedicados são diferenciais

Elas recebem os melhores alunos, com maior renda, melhor formação, acesso à informação. Mas, mesmo assim, conseguem fazer com que aprendam muito.

As 45 melhores escolas do Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade) deste ano têm várias coisas em comum além dos bons alunos: equipamentos, infra-estrutura, um bom currículo, professores dedicados.

Das 45 escolas, 29 são públicas, entre estaduais e federais. A renda familiar dos alunos das privadas é, em média, maior do que das federais. Nas primeiras, quase 40% dos alunos vêm de famílias com renda acima de 15 salários mínimos. Nas federais, são 22%. Fora esse dado, o que aparece é um retrato muito semelhante entre todas as instituições.

Em quase todas elas os alunos têm acesso a computadores, bibliotecas e laboratórios bem equipados, professores disponíveis a esclarecer dúvidas mesmo fora da sala de aula e eventos como seminários, pesquisas, cursos de extensão e outras iniciativas de ensino fora da sala de aula.

Além da estrutura física e pedagógica, um dado que chama a atenção é o do tamanho das turmas em aulas teóricas, uma das perguntas específicas dos questionários socioeconômicos. A maioria tem no máximo até 50 alunos, sendo que 24% tem menos de 30 por sala de aula.

A análise dos dados sociais dos alunos dessas instituições traz algumas surpresas apenas quando se analisa os números das particulares.

Fora de padrão

Na contramão dos alunos solteiros, sem filhos, que não trabalham, perfil dominante nessas instituições, entre as privadas - algumas, especialmente as de formação de professores - estudantes fora desse padrão se destacam.

Nos cursos de formação de professores do Centro Universitário Metropolitano de São Paulo (Guarulhos) e da Faculdade Porto-Alegrense (RS), mais de 40% dos estudantes são casados e a maioria tem filhos.

Nessas duas instituições, assim como no Instituto Superior de Educação de Ivoti (RS) e no Instituto Superior de Educação Cenecista de Farroupilha (RS), a maioria dos alunos trabalha mais de 40 horas semanais e sustenta a família.

Também são esses alunos que fogem do padrão de pais com formação superior e ou pelo menos ensino médio completo, outro perfil geralmente apresentado por alunos com bom desempenho em instituições públicas.

Nesses quatro cursos, mais da metade dos alunos têm pais com apenas a 4ª série do ensino fundamental completo. Nas escolas de Guarulhos, Ivoti e Farroupilha, as mães também, em sua maioria, não passaram da 4ª. série.


Data: 05/06/2007