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Cientistas 'desconstroem' proteína ligada ao câncer

Um grupo de cientistas do Conselho Superior de Investigações Científicas da Espanha conseguiu realizar pela primeira vez o estudo estrutural da proteína p53, cuja desativação está implicada na formação de muitos tipos de câncer. O resultado saiu no último número da revista PNAS.

 

A proteína p53 forma uma “nanomáquina molecular”, ou seja, uma macromolécula composta de várias proteínas e “tem um papel essencial na hora de estabelecer como e quando as células se replicam”, razão pela qual é conhecida como “guardiã do genoma”, segundo um dos responsáveis pela pesquisa, José María Carazo.Portanto, segundo ele, “não é raro encontrar mutações que desativam a p53 nas células tumorais, onde costuma haver uma divisão celular descontrolada”.

 

Células defeituosas

 

Os tumores surgem quando as células sofrem alterações genéticas e começam a se comportar de maneira anormal. Defeituosas, elas perdem a capacidade de se “suicidar” e ao mesmo tempo começam a se reproduzir sem controle. As células normais acabam morrendo porque não conseguem competir pelos nutrientes. Por causa disso, órgãos perdem a função.

 

O estudo com a proteína p53, por sua atuação na reprodução celular, poderia fornecer dados úteis para o desenvolvimento de terapias contra o câncer.

 

Até agora, o estudo da p53 se reduzia a fragmentos da proteína, sem incluir a estrutura deles. Analisar a estrutura dessa “nanomáquina macromolecuar” foi um trabalho complexo por causa da “grande flexibilidade” da proteína. O estudo contou com a colaboração da Universidade de Cambridge.

 

(O Estado de SP)


Data: 04/07/2007