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Capes aprova mestrado em Bioprospecção Molecular, o primeiro do Brasil

Programa pretende estudar os recursos e potencialidades da fauna e flora da Caatinga, Cerrado, Carrasco e Mata Úmida do Cariri no Ceará, Piauí, Pernambuco e Paraíba

A Universidade Regional do Cariri (Urca) obteve aprovação da Capes para iniciar em agosto o mestrado acadêmico em Bioprospecção Molecular, que irá estudar os recursos e potencialidades da fauna e flora da Caatinga, Cerrado, Carrasco e Mata Úmida na região.

Localizada no Sul do Ceará, a região de abrangência Universidade se espraia por municípios do Piauí, Pernambuco e Paraíba, a região no semi-árido nordestino com mais de um milhão de habitantes que possui uma rica biodiversidade em diversos ecossistemas.

A proposta foi enviada a Capes em março de 2007 e o resultado da aprovação saiu em julho de 2007, com nota 4 de uma escala que vai de 1 a 5, informa a coordenadora do curso, Adriana Rolim Campos Barros, que compõe uma equipe de 11 doutores da Urca. Este é o primeiro mestrado acadêmico em toda a região do Cariri, disse ela, que é doutora em Farmacologia.

"A Urca
tem voltado suas atenções para a conservação, conhecimento da biodiversidade e desenvolvimento regional", disse Adriana Rolim.

Segundo ela, dentro desta perspectiva, o fortalecimento dos grupos de pesquisa que estudam a biodiversidade vem sendo priorizado com a criação do Programa de Pós-Graduação em Bioprospecção Molecular.

"O
curso deverá suprir uma carência de profissionais especialmente treinados para lidar com o potencial biológico na região do Cariri", afirma Adriana Rolim.

O mestrado tem como objetivo formar profissionais qualificados em Bioprospecção Molecular no intuito de realizar pesquisa e ensino sobre os recursos e potencialidades da fauna e flora da Caatinga e demais ecossistemas componentes da região do Cariri, diz a coordenadora.

Os recursos humanos especializados preparados pelo curso deverão possuir como perfil a capacidade de compreender a biodiversidade da região do semi-árido nordestino; de reconhecer aspectos importantes da biodiversidade regional; de extraír informações moleculares presentes nessa biodiversidade; de isolar e analisar moléculas com potenciais biológicos; e de caracterizar moléculas bioativas com potenciais comerciais.

Adriana Rolim observa que este programa é o primeiro no Brasil em Bioprospecção Molecular. Conforme a coordenadora, a área visa a estudos de compostos de importância biológica com o objetivo no conhecimento da biodiversidade molecular.

Além da bioprospecção molecular a partir de animais e plantas, a abordagem dos estudos é feita por química de produtos naturais, biologia molecular estrutural, estudo de polímeros e aminoácidos; utilizando técnicas auxiliares de biologia molecular e bioquímica, explica a coordenadora.

Duas linhas de pesquisa estão no foco do mestrado: biologia molecular estrutural e bioprospecção de produtos naturais. A primeira, conforme Adriana Rolim, procura investigar aminoácidos e proteínas através do uso de várias metodologias tais como identificação de alvos biológicos (proteínas e genes), clonagem e expressão de genes alvos; purificação de proteínas expressas; cristalização de proteínas; elucidação de estrutura mediante difração de raios X ou por ressonância magnética nuclear.

Já a bioprospecção de produtos naturais envolve estudos de bioprospecção biomonitorada de metabólitos secundários de espécimes animais e vegetais brasileiros; obtenção de extratos brutos, óleos essenciais, utilização de processos cromatográficos clássicos e realização de ensaios microbiológicos e farmacológicos.

Os doutores da Urca que integram a equipe do mestrado são das áreas de farmacologia, físico-química, bioquímica, química, química orgânica, agronomia, entomologia agrícola, botânica, oceanografia e zoologia aplicada. Mais três doutores colaboradores fazem parte do grupo de pesquisa, dois da UFC das áreas farmacologia, química inorgânica e um da USP, de ciências biológicas.

(Flamínio Araripe - SBPC)


Data: 02/08/2007