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Hominídeos vieram da Ásia e não da África, diz estudo

Um grupo de cientistas espanhóis constatou, a partir de evidências dentais, um novo cenário evolutivo para o gênero Homo, que indica que a "Ásia teve um papel mais importante que a África na colonização da Europa".

 

São estas as conclusões de um estudo publicado no último número da revista científica "PNAS", no qual participaram o Centro Nacional de Pesquisa em Evolução Humana de Burgos (norte da Espanha), o Instituto de Saúde Carlos 3º de Madri, a Universidade Rovira i Virgili de Tarragona (leste da Espanha) e duas entidades estrangeiras, uma da Geórgia e outra da Itália.

 

Segundo os pesquisadores, as povoações de hominídeos que se estabeleceram na Eurásia foram resultado de migrações oriundas da África.

 

A autora principal, María Martinón-Torres, explicou que os resultados deste estudo --"o mais exaustivo de anatomia dental comparada das espécies do gênero Homo"-- obrigam a uma mudança na interpretação dos esquemas prévios.

 

De acordo com a especialista, a maioria das espécies de hominídeos encontradas no continente euroasiático não são resultado de ondas migratórias vindas da África, mas poderiam ter se originado na Eurásia.

 

Na opinião do grupo, futuros estudos de evolução humana irão apontar para a Ásia.

 

"Lugares como o subcontinente indiano e a península arábica podem conter peças cruciais para entender a história de nossos ancestrais", acrescentou María.

 

Quebra-cabeças

 

O trabalho consistiu na análise da dentição de hominídeos da África e da Eurásia, com mais de 5.000 peças de um período que começou há 2,5 milhões de anos.

 

Foram observadas grandes diferenças morfológicas entre os restos de hominídeos encontradas em ambos os continentes e que remontam à época do Pleistoceno, o que faz pensar que seguiram cursos evolutivos relativamente independentes.

 

Salvo o Homo sapiens, grande parte da história de ancestrais humanos não encontraria suas origens na África, mas seria "um quebra-cabeças muito mais complexo de migrações" vindas da Eurásia.

 

Segundo a pesquisadora, também não se deve descartar a hipótese de que as migrações de hominídeos tenham acontecido em sentido inverso, da Ásia para a África.

 

(Folha Online)


Data: 07/08/2007