topo_cabecalho
Greve de servidores federais afeta Universidades

A maioria das instituições está sem biblioteca e restaurante universitário

Depois de mais de 70 dias em greve, os servidores técnico-administrativos das universidades federais iniciaram nesta semana uma negociação com o governo federal por aumento de salários. Mas a greve - que inclui quase 150 mil funcionários das instituições - passa quase despercebida.

Das maiores instituições federais do país, apenas a Universidade de Brasília (UnB) adiou a matrícula dos alunos no segundo semestre por conta da greve. Em boa parte das demais - especialmente as maiores, como as federais do Rio Grande do Sul, Rio e Minas -, as aulas seguem, apesar de prejuízos em algumas áreas.

Na maioria das universidades, os estudantes estão sem biblioteca e restaurante universitário. Também enfrentam dificuldades em setores administrativos. Há também falta de funcionários de limpeza.

O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Arquimedes Ciloni, confirma que a área mais prejudicada é a dos hospitais universitários. A redução no atendimento faz, também, com que os hospitais percam recursos, já que recebem do Ministério da Saúde por atendimento prestado.

"É um trabalho meio invisível, mas essencial para o dia-a-dia da universidade. As aulas continuam, mas a rotina do aluno fica prejudicada", garante a coordenadora da Federação de Sindicatos de Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra), Léia de Souza Oliveira, uma das responsáveis pela negociação com o governo.

A greve começou no início de maio, mas o Ministério do Planejamento apresentou apenas nesta semana uma proposta de reajuste. Ontem, o sindicato apresentou a contraproposta.

Os servidores querem reajuste do piso dos técnicos dos atuais R$ 700 para R$ 988, e concordam com o aumento do teto da categoria dos atuais R$ 2,7 mil para R$ 5,8 mil, como proposto pelo governo. A ênfase da proposta do governo é melhorar o salário dos técnicos mais qualificados.

Segundo Ciloni, a proposta do Planejamento custaria cerca de R$ 2,4 bilhões, enquanto a contraproposta chegaria a R$ 3 bilhões.

(O Estado de SP, 10/8)


Data: 10/08/2007