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Estudantes e sem-terra ocupam universidades

MST, UNE e outras entidades promovem Jornada da Educação com atos no Rio, Bahia e Minas

RIO, SALVADOR e BELO HORIZONTE. Integrantes de grupos estudantis e movimentos sociais, entre eles MST, Via Campesina, UNE, Ubes, Andes e Educafro, ocuparam ontem de manhã prédios de universidades federais no Rio, em Belo Horizonte e em Salvador, e anunciaram ações em outros 15 estados a fim de protestar contra a dificuldade de acesso da população pobre ao ensino, especialmente o superior.

 

A ação simultânea deve durar até o fim da semana.

 

A Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública é baseada em uma pauta reivindicatória de 18 itens, entre eles a erradicação do analfabetismo; o aumento do investimento público em educação para 7% do Produto Interno Bruto (PIB) — hoje, o investimento está em cerca de 3,5% —; e a expansão de vagas, além do fim do vestibular e dos processos de seleção para ingresso em universidades.

 

Ontem de manhã, no Rio, cerca de cem manifestantes ocuparam o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no Centro. Participam famílias de assentados do estado, principalmente de Campos, Norte Fluminense.

 

— Vamos cobrar também educação nas áreas de assentamentos.

 

Queremos trazer para a universidade pessoas que jamais entraram em um campus, não tiveram acesso nem às primeiras letras. O direito ao saber é um direito essencial — afirmou a engenheira agrônoma Fernanda Mateus, 30 anos, do setor de Educação do MST do Rio e filha de assentados.

À tarde, houve um debate com os professores Giuseppe Cocco, da Escola de Serviço Social da UFRJ; e Roberto Leher, da Faculdade de Educação.

 

Em Salvador, a mobilização dos estudantes e sem-terra concentrouse no Pavilhão de Aulas da Federação da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

 

Cerca de 80 jovens, integrantes de diversos movimentos sociais, estão acampados no local desde a manhã de ontem. Outras cem pessoas eram esperadas para se juntar ao grupo.

 

Estão previstos debates sobre a educação básica brasileira e a relação entre universidade e mobilizações sociais. As mesas-redondas serão no auditório do Instituto de Biologia, em Ondina. Hoje à tarde haverá debate com professores sobre a situação da educação na Bahia e no país. Um ato público na Praça do Campo Grande encerra a jornada em Salvador às 9h de amanhã.

 

Em Minas, grupo organiza protesto nas ruas amanhã Em Belo Horizonte, cerca de cem pessoas ocuparam o gramado do Campus Pampulha da UFMG, em frente à reitoria.

 

Os manifestantes planejam permanecer no local até quintafeira. Amanhã, os manifestantes planejam fazer um protesto pela educação pública nas ruas da cidade.

 

 

(O Globo)


Data: 22/08/2007