Taxa de fecundidade cai, e população envelhece mais Brasil poderá enfrentar realidade de países europeus, em que se perde cerca de 1 milhão de pessoas por ano Na classe alta, média de filhos por mulher é de 1,4; no caso das mais pobres, de 3,7. No geral, índice é de duas crianças por mulher; se ritmo de queda da natalidade for mantido, população começa a encolher a partir de 2035 A definição de que o Brasil é um país de jovens começa a deixar de ser correta. A taxa de fecundidade média chegou a dois filhos por mulher, índice de reposição da população -um filho "substitui" o pai e outro, a mãe-, e a população continua a envelhecer. Em Em A fecundidade ainda é um traço de desigualdade entre classes sociais. As mulheres mais ricas têm, em média, 1,4 filho. As mais pobres, 3,7 crianças. Embora relativamente elevada, a diferença do número médio de filhos das mais ricas e das mais pobres vem baixando. Era de 3,9 nascimentos em 1992. Cedeu para 2,3 filhos em 2006. Camarano prevê que, de "O Brasil viverá um problema que os países europeus enfrentam. A Rússia já perde 1 milhão de pessoas ao ano e até criou um feriado para as pessoas se reproduzirem", disse. A diminuição da população traz problemas como a redução do crescimento econômico -ou seja, menos pessoas produzindo riqueza. "A Europa importa trabalhadores da África e da Ásia. Os Estados Unidos, os latinos. E nós vamos importar de onde?", disse. Márcia Quintslr, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, ressalta que o Brasil viu sua fecundidade cair num ritmo "muito mais veloz" do que os países europeus. Para Camarano, a tendência de redução acelerada da natalidade e de expansão do envelhecimento é comum a todos os países em desenvolvimento, embora em níveis diferentes, pois começou tardiamente numa fase de maior desenvolvimento tecnológico -de disseminação do uso da pílula e de avanços da medicina que se traduziram em uma menor mortalidade. "No Brasil, foi mais rápido do que na Índia, mas mais lento do que na China, por exemplo. Na Europa, a fecundidade cai desde o século 19, antes dos avanços tecnológicos. É natural que o processo tenha sido mais lento", completa. A queda de fecundidade, aliada ao aumento da expectativa de vida, também fez crescer a proporção de idosos, tendência acentuada desde a década de Em 2005, era de 9,9%. O país tinha 19,1 milhões de pessoas com mais de 60 anos em (Folha de SP, 15/9) Data: 17/09/2007 |