Rico ainda é maioria em universidade pública O acesso à universidade pública ainda é um desafio para a população mais pobre. Dados da pesquisa mostram que mais da metade (54,3%) dos alunos que freqüentam as universidades públicas pertencem aos 20% mais ricos da população. Segundo o IBGE, o número tem declinado nos últimos anos, mas permanece elevado. Segundo o presidente do instituto, Eduardo Nunes, ele reflete a concorrência elevada para a entrada em universidades públicas. "Quem consegue ingressar na rede pública são pessoas que têm renda superior", afirmou Ana Lúcia Sabóia, coordenadora da pesquisa. O instituto ressalta que a melhor qualidade do ensino nas universidades públicas contribui para aumentar a concorrência, especialmente no Sul e no Sudeste. Os estudantes mais ricos são maioria também na rede particular, com 64,2% dos estudantes. Entre os 20% mais pobres, 1,8% estão na rede pública e 1% na rede particular. "Universidade é para os ricos, independente de ser pública ou privada. O que preocupa é que a expansão da rede de ensino está ocorrendo nas universidades privadas, que têm mostrado baixa qualidade", afirma Sergei Soares, pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Os principais problemas escolares começam muito antes da universidade, segundo a pesquisa. Na faixa de 15 anos a 17 anos, o acesso à escola passou de 69,5% em 1996 para 82,2% no ano passado. Apesar disso, apenas 47,1% dos estudantes estão na série adequada. No Nordeste, esse percentual é ainda menor, de apenas 33,1%. "O problema não é o ensino médio, mas todo o ensino. Temos uma cultura pedagógica da repetência", disse Soares. Para ele, os números poderiam ser piores se computassem, por exemplo, todos os jovens de Com o aumento das exigências no mercado de trabalho, muitos jovens voltam à escola. O resultado é que na faixa de No ensino fundamental, 25,7% dos estudantes estão atrasados, o que corresponde a 8,3 milhões de alunos. Segundo o IBGE, vários fatores explicam esse desempenho, como a falta de vagas no pré-escolar, a repetência no sistema seriado, a falta de oferta de escolas no meio rural, o conteúdo carente das escolas de educação infantil e creches e a evasão escolar. Em
(Folha de SP) Data: 01/10/2007 |