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Estudar mandarim é diferencial profissional do futuro

O crescimento econômico da China e a procura por um diferencial no mercado de trabalho têm levado muitos profissionais a se interessarem pelo aprendizado do idioma oficial dos chineses, o mandarim. Atentas a tais demandas, agências de intercâmbio, universidades e escolas tem oferecido cada vez mais cursos na área.

 

“Apesar de a procura por intercâmbio para a China ainda ser baixa, apostamos no aprendizado do idioma como diferencial, algo que venha a trazer resultados dentro de um ou dois anos. E isso se dará, aos poucos, pela relação cada vez mais próxima da China com outros países”, acredita a gerente de produtos da CI, Luiza Vianna. A instituição oferece, há três anos, intercâmbio em Pequim para interessados em cursar o idioma.

 

Ao invés de viajarem para o exterior, alunos entre oito e 11 anos da Escola Cidade Jardim - Play Pen, aprendem mandarim no Brasil. “A escola é bilíngüe, oferecemos a língua como um terceiro idioma, optativo, assim como o espanhol. Temos por enquanto oito alunos mas, estes, de tão empolgados, têm chamado a atenção de cada vez mais adeptos”, revela o diretor pedagógico da escola, Lyle French.

 

French lembra que, apesar de a escola investir no idioma acreditando em sua importância para o futuro, às crianças gostam apenas por uma questão de ser bem diferente de sua convivência. “Eles querem aprender uma cultura diferente, se atraem pela pronúncia, pelo som das palavras em mandarim”, explica. “Temos que lembrar que, para o brasileiro, o mais importante é falar muito bem português e pensar no inglês como necessário para o presente”, acredita.

 

Para o diretor da Catho Online Constantino Cavalheiro, o foco do mercado ainda é para quem cursa inglês. “É preciso estar atento pois, sem dúvida, ter fluência, boa escrita e comunicação em inglês é prioridade. A segunda prioridade, é o espanhol. Acredito que estudar mandarim, por enquanto, é interessante para quem quer adquirir conhecimentos novos, aprender sobre uma cultura diferente, mas não como investimento profissional. Isso muda somente se o profissional tem grande interesse em trabalhar lá ou tem forte relação com as empresas da China”, enfatiza.

 

Cavalheiro justifica sua tese lembrando que o chinês que tem relações comerciais com outros países, geralmente, fala inglês. “A dedicação em aprender mandarim é questionável ainda. Claro que o mercado pode considerar tal iniciativa pela força de vontade do profissional em aprender um idioma diferente, mas, pelo menos por enquanto, não para inclusão profissional. Os profissionais brasileiros que pretendem continuar trabalhando aqui devem pensar que não há grande quantidade de grupos chineses migrando para cá”.

 

Tendência ou não, a verdade é que em países como a Grã-Betanha falar mandarim já é exigência para o cargo de babá, por exemplo. Um levantamento feito pelo jornal The Times aponta que os pais britânicos exigem tal qualificação das profissionais para que estas possam transmitir o que sabem para seus filhos. Há quem se dispõe a pagar até 15 libras por hora pelos serviços de babás que falam mandarim, valor que corresponde a 50% a mais que o preço normal pago para babás no país.

 

Até pela internet é possível aprender um pouco sobre o idioma, por meio de um site criado por uma instituição chinesa. Segundo a embaixada da República da China, no Brasil, o site possibilita os usuários a se comunicarem e aprenderem chinês por meio de jogos. O ministério da educação chinês aponta que mais de 30 milhões de pessoas no mundo estão aprendendo o idioma e mais de 2.500 universidades em todo o mundo oferecem cursos de chinês.

 

(Karina Costa – Guia de Empregos Aprediz)


Data: 04/10/2007