topo_cabecalho
O papel da SBPC na escolha de livros para bibliotecas

Entidade consultou suas mais de 80 sociedades científicas afiliadas

A SBPC foi escolhida pelo MEC como parceira do programa do governo federal para compor um acervo mínimo de títulos destinados às bibliotecas de todas as escolas públicas de nível médio do país.

Dado o capital intelectual disponível em suas mais de 80 Sociedades Científicas afiliadas, foi feita uma consulta ampla a todas elas e também a outros colaboradores habituais da SBPC.

Esta consulta resultou em mais de 2000 indicações, que posteriormente foram avaliadas por grupos de trabalho, compondo uma lista final de 160 títulos a qual, após submetida à diretoria da SBPC, foi enviada ao MEC em setembro último.

O trabalho foi coordenado pela professora Lisbeth K. Cordani, membro da diretoria da SBPC e contou com apoio logístico da sede da SBPC.

Alguns cuidados iniciais foram tomados, como, por exemplo:

- os grupos de trabalho não poderiam conter autores de livros indicados e nem membros de editoras;

- nenhum livro indicado poderia ser de autoria de algum membro da diretoria;

- não seriam aceitos contatos com editoras e nem seriam recebidos materiais enviados por elas, uma vez que o interesse, nessa fase, seria indicar livros já conhecidos dos professores;

- os grupos de trabalho seriam constituídos por professores com ligações com o ensino básico, quer como orientadores de licenciaturas, quer como capacitadores de professores da escola básica e com outras ligações com esse nível de ensino.

Além disso, para evitar possível interpretação de conflito de interesses, não foram incluídas na lista nem obras do Instituto Ciência Hoje e nem obras do Instituto Perseu Abramo apesar de terem muitos títulos indicados, dada a excelência de suas publicações.

Mesmo com todos os cuidados tomados, o presidente da Associação Brasileira de Editores de Livros (Abrelivros) questionou em declaração ao jornal "O Estado de SP" os critérios de escolha da SPBC.

"Acho normal a reclamação, já que ele está defendendo o setor que representa. Mas escolhemos os títulos que estão no mercado, e sendo usados por professores, não os lançamentos", afirmou a professora Lisbeth, que diz que chegou a receber ligações de donos e diretores de editoras para tentar incluir nomes na lista.

"Nesses casos informamos que o melhor caminho era procurar as escolas, porque é o professor que deve ter contato com o livro, por isso só escolhemos os que já estão sendo usados em sala de aula".

Enquanto o setor das editoras defende o interesse comercial, a SBPC preocupou-se exclusivamente com as questões acadêmicas, num projeto financiado somente com recursos da própria SBPC, e que ainda contou com o trabalho voluntário dos professores e pesquisadores envolvidos na escolha.

"Dado o pequeno número de títulos por área (10 ou 12) seria utopia pretender unanimidade em qualquer lista apresentada. Por isso entendemos as divergências, mas acreditamos ter cumprido nosso papel", afirma Lisbeth.

(Assessoria de Comunicação da SBPC)


Data: 25/10/2007