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Alunos sofrem com falta de apoio à pesquisa no Brasil

Quem passou pela 22ª edição da Mostra Internacional de Ciências e Tecnologia (Mostratec), que aconteceu em Novo Hamburgo (RS), e ouviu as precisas explicações dos jovens inventores e pesquisadores, talvez não imaginou o que muitos precisaram fazer para participar do evento e que vários projetos deixaram de ser expostos por falta de apoio.

 

“Em minha escola, dois projetos foram escolhidos para a Mostratec, mas só o nosso conseguiu dinheiro suficiente para vir”, conta Breno Nascimento, aluno do Cefet, instituição pública de ensino da cidade de Imperatriz (MA). Segundo ele, a falta de apoio acaba desanimando os estudantes. “O aluno se esforça para fazer o projeto, é selecionado para participar de uma feira e não pode por falta de recursos. Se nós também não tivéssemos vindo, ninguém mais iria se interessar pela pesquisa em nossa escola”, conta.

 

Nascimento lembra que, depois de tentar de várias formas o apoio, conseguiu com um deputado as passagens para fazer a viagem. “Os bilhetes foram somente para mim, se minha dupla não tivesse como pagar do próprio bolso, não teria vindo”, explica. Para ele, é fundamental a estrutura oferecida pela Fundação Liberato, organizadora do evento. “Eles buscam as casas de família para os estudantes que não podem pagar a estadia em um hotel. Isso diminui nossas dificuldades”.

 

Dez anos depois de ter seu trabalho exposto na Mostratec e, posteriormente na Feira Internacional de Ciência e Engenharia (Intel ISEF), que acontece nos Estados Unidos, o ex-aluno da Fundação Liberato Giuliano Hoffmann lembra da importância de conseguir apoio. “O governo e o empresariado precisam apoiar a pesquisa. Hoje, muitos pesquisadores bons vão para outro país, por não terem apoio aqui”, diz.

 

Hoffmann ressalta a importância que eventos como a Mostratec e a Intel ISEF podem ter para a vida dos estudantes. “Nessas feiras exercitei meu poder de comunicar e pude perceber a vocação para minha carreira. Na Intel ISEF, tive contato com várias pessoas e consegui um contrato exclusivo com uma empresa norte-americana”, lembra.

 

Nesse ano, o Ministério da Educação (MEC) patrocinou a ida de estudantes de 16 estados brasileiros a Mostratec. Segundo o professor da Fundação Liberato Hélio Brochier, o apoio é sempre para dois alunos e um professor de cada estado, que são escolhidos pela Secretaria de Educação local, ou seja, apenas um projeto por estado recebe o apoio financeiro. “Se mais projetos fossem apoiados, mais pessoas poderiam participar e seria feita a inclusão tecnológica de mais alunos”, sugere.

 

(Portal Aprendiz)


Data: 13/11/2007