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Brasil pode ter escola pública tão boa quanto a particular, diz Haddad

Segundo ministro, RS é exemplo investimento na qualidade do ensino público.No entanto país terá que investir pelo menos por uma geração para colher resultados

 

O ministro da educação, Fernando Haddad, citou nesta quarta-feira (13) o Estado do Rio Grande do Sul como exemplo de que é possível criar no Brasil um novo paradigma em que a escola pública tenha tanta ou mais qualidade do que a particular. A afirmação foi feita durante o programa de rádio “Bom Dia Ministro”.

 

“Felizmente no Rio Grande do Sul temos a menor distância entre [o desempenho de alunos] de escola pública e particular. É um estado que tem tradição de investimento na escola pública, demonstrando que podemos derrubar este paradigma e criar um novo em que a escola pública tenha tanta ou mais qualidade que a particular”, disse Haddad.

 

O ministro também citou uma pesquisa divulgada no fim do ano passado que, segundo ele, demonstra que a elite da escola pública tem desempenho melhor do que o da média da rede particular no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

 

No entanto Haddad afirmou que o Brasil vai ter que se aplicar pelo menos durante uma geração investindo mais e melhor na educação para colher os resultados. “Infelizmente em educação não se colhem os frutos em meses, se colhem os frutos em anos”.

 

Durante o programa de rádio o ministro falou das metas do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Ele apontou a figura do professor como central na reforma educacional e defendeu um piso salarial nacional para o magistério.

 

“Se não resgatarmos a autoridade, o prestígio, a valorização do professor, todas as ações voltadas para a melhoria da infra-estrutura e condições de trabalho não serão suficientes para enfrentar o problema da qualidade”, disse.

 

O ministro citou como medidas de valorização da carreira de professor a necessidade de aprovação do piso nacional de R$ 950 para docentes sem curso superior (o piso para professor com curso superior deve ser superior) e da Lei de Diretrizes de Carreiras, além da criação do Sistema Nacional de Formação, na qual a União assume a responsabilidade pela formação dos professores de educação básica da rede pública.
 
Ensino médio precisa de medidas urgentes

 

Haddad voltou a citar a necessidade de medidas urgentes para melhorar a qualidade do ensino médio brasileiro. "O ensino médio está em uma situação muito delicada exigindo providências urgentes sobretudo dos estados, com apoio do Ministério da Educação", disse.

 

O ministro também afirmou que o ensino médio tem que ter abertura para formação profissional. "Nem todo estudante vai chegar a uma universidade. (...) Então, o aluno com 15, 16 anos já pode começar a se familiarizar não apenas com educação humanística, científica, ou seja, com aquela formação propedêutica essencial para a formação do cidadão, mas também com a educação profissional, tomar contato com alguns ofícios, práticas e conhecimentos que vão garantir a ele inserção no mercado de trabalho".

 

Sobre a proliferação dos cursos superiores no país, o ministro disse que o MEC defende a expansão de universidades públicas e particulares com qualidade. "A meta do PDE é matricular 30% dos jovens entre 18 e 24 anos nas universidades. Nós estamos chegando agora a 20% e temos quatro anos para alcançar a meta", explicou.

 

Haddad disse que a partir deste ano o MEC está cuidado da qualidade dos cursos. "Estamos fechando vagas em cursos que não tenham qualidade comprovada pelos indicadores do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior, o Sinaes. Começamos com direito, vamos seguir com medicina e pedagogia e vamos cobrir as mais de 50 áreas de conhecimento".

 

De acordo com o ministro, até agora 25 governadores e mais de cinco mil prefeitos assinaram o termo de compromisso com as metas de qualidade do PDE.

 

(Portal G1, 13/02/08)


Data: 13/02/2008