topo_cabecalho
Professor da UFCG lança livro no Ceará

A Arte de Fazer Aeroplanos é o décimo quinto trabalho do professor Carlos Gildemar Pontes

 

Na próxima quarta-feira, 05, a partir das 19h30min, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, na cidade Fortaleza - CE, acontece o lançamento do livro A Arte de Fazer Aeroplanos, de Carlos Gildemar Pontes, professor da Universidade Federal de Campina Grande - campus Cajazeiras.

 

Sobre o trabalho, de acordo com o escritor Pedro Salgueiro, "o autor, com maestria, brinca com o leitor em sutis jogos de referência a outras obras literárias, se diverte com uma linguagem não tão óbvia, esnoba os temas com brincadeiras e falsas pistas; em suma, domina seu ofício de escritor como poucos".

 

"Da Arte de Fazer Aeroplanos segue a trilha vitoriosa de Miragem no Espelho, do qual resgata três contos ligeiramente modificados, mas não se repete em temáticas e estilos, apenas (e principalmente) na inquietude com que salta de um conto lírico para outro trágico, de uma história mais desenvolvida para um miniconto, de um relato realista para uma parábola fantástica, sempre com muita ironia e competência lingüística", afirmou.

 

Para o escritor Nilton Maciel, o autor "cultiva os mais variados temas, além de se mover com desembaraço pelo fantástico, pelo humorístico, pelo poético e pelo realismo mais brutal".

 

"Eu sempre fui criança, desde o tempo em que todo mundo me tratava como criança. Meus pais tinham muito cuidado comigo. Me banhavam, me alimentavam, me levavam para a escola, queriam o melhor para mim. Ele vai ser engenheiro, dizia meu pai, não, ele vai ser médico, dizia minha mãe. E eu queria apenas brincar. Soltar as arraias no céu para conversar com os urubus. Carregar um saco cheio de bilas verdes e azuis, para ser importante. E tirar aquela roupa ridícula de marinheiro que me vestiam para eu passear na calçada. Tinha um trator de ferro e plástico que eu levava para o meio da rua de barro ao lado da minha casa. Pprummmmmm. Era o barulho do trator que eu fazia pra que as formigas saíssem do meio. Pprummmmmmm. E, quando aparecia um trator de verdade, eu ficava imóvel, decorando os gestos do tratorista. À noite, eu deitava no muro para contar as estrelas. Sabia o nome de uma porção delas. O sete estrelo nunca quis contar, com medo de morrer no mesmo ano. As do Cruzeiro do Sul eram as minhas prediletas. No tempo das figurinhas, eu fazia sempre dois álbuns. Andava com um bolo de figuras para trocar e brincar de abafa. Parece até que foi ontem. Com essa barba fica tão estranho. Outro dia me surpreendia com uma garotinha me chamando para brincar. Ela disse: papai, traz a caneta pra gente fazer um desenho. Meti a mão no bolso e peguei uma identidade, estranho com aquela barba. Vamos minha filha, vamos fazer aeroplanos."

Carlos Gildemar Pontes

 

Sobre o autor

 

Carlos Gildemar Pontes é poeta, ficcionista, ensaísta e autor de Metafísica das partes, 1991, O olhar de Narciso, 1995, A miragem do espelho, 1998 e Os gestos do amor - a arte de amar pela poesia, 2004, dentre outros. É também editor da Revista Acauã e Professor de Literatura na Universidade Federal de Campina Grande. Contato: gilpoeta@yahoo.it.

 

(Franz Mikhailovitch - Assessoria de Imprensa do CH/UFCG)


Data: 03/03/2008