Encontro no RJ foi aberto pelo presidente do CNPq, Marco Antonio Zago

Representantes das áreas de ciência e tecnologia do Brasil e da Argentina participam até hoje (7/3) da 5ª Reunião do Comitê Gestor de Alto Nível Brasil-Argentina de Cooperação em Ciência e Tecnologia, no Rio de Janeiro. O comitê se reúne desde 2003 para avaliar propostas de cooperação entre os dois países.

Ontem (6/3), a abertura foi feita pelo presidente do CNPq, Marco Antonio Zago, que apresentou aos argentinos o Plano de Ação do Desenvolvimento Científico e Tecnológico, que integra a política do governo federal na área.

Um dos temas discutidos foi o mecanismo de financiamento de projetos conjuntos. Segundo o chefe da Assessoria de Assuntos Internacionais do MCT, José Monserrat Filho, um dos maiores desafios nesse quesito é garantir recursos para concretizar os projetos.

"Num processo de integração, as necessidades são conjuntas e as responsabilidades também. O que se está discutindo é como criar uma espécie de conta conjunta, onde os dois países fazem ingressos e usam o dinheiro", exemplificou.

Outro tema da reunião foram programas em andamento como o Centro Brasileiro Argentino de Biotecnologia, o Centro Bilateral de Nanociência e Nanotecnologia e o Centro Bilateral de Metrologia. "Discutiu-se uma forma de dar um salto de crescimento nessa cooperação na área de nanociência, uma área com crescimento acelerado no mundo e nós não podemos ficar para trás", disse Monserrat.

Os argentinos têm ainda interesse em trocar experiências na área de redes de informática, por isso querem conhecer como funciona a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP/MCT). Hoje, a Argentina tem uma rede similar, mas com estrutura e funcionamento distintos da brasileira. "É absolutamente importante que se integre as duas redes de pesquisa", observou Monserrat.

Uma última discussão englobou os temas do desenvolvimento de ciência e tecnologia para inclusão social e as tecnologias da informação e comunicação social, as chamadas TIC's. Representantes do ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação Produtiva da Argentina e do MCT trataram também da parceria na área espacial e do programa de energias novas e renováveis, assuntos que foram tema do encontro do presidente Lula e da presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na Argentina, no final de fevereiro.

Na reunião, Monserrat apresentou proposta de cooperação num Programa Bilateral em Política e Direito Espacial. "Isso facilitaria o desenvolvimento de programas nacionais, inclusive. Porque não basta cooperar na área científica especificamente porque a política também é muito importante, principalmente nessa temática. As leis e regulamentos são diferentes de país para país e é preciso chegar a um entendimento quando se trata de cooperação".

O encontro termina hoje com a assinatura de um convênio e de um plano de trabalho entre o CNPq e a Agência Nacional de Promoção Científica e Tecnológica, entidade argentina de fomento à ciência.

(Assessoria de Comunicação do MCT)