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Ministro defende fim de cartões corporativos para reitores de universidades públicas

O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu nesta terça-feira o fim da autorização de uso de cartões corporativos pelos reitores de universidades públicas federais. Segundo ele, a utilização de cartões deve ser restrita a funcionários administrativos responsáveis pelas contas das instituições.

 

"Eu considero que não é um instrumento adequado para as pessoas que estão nessa situação de grande visibilidade, sem tempo sequer para se dedicar às normas que regem o instrumento", disse o ministro, após participar de um seminário sobre educação no Senado.

 

Segundo Haddad, servidores com formação específica e dedicação exclusiva é que deveriam cuidar do uso de cartões corporativos.

 

"Eu penso que há servidores que podem se dedicar a isso de forma exclusiva, garantindo que as normas sejam cumpridas. Um ministro e um reitor têm tantos assuntos, ter de se dedicar a isso, e fazer bom uso de um instrumento tão complexo não é o caminho", disse o ministro.

 

Haddad afirmou que ele nunca teve nem pretende portar um cartão corporativo. Ele afirmou que não tem "condições" para administrar "mais um cartão". "Não tenho [cartão corporativo]. Nem nunca tive. Não ia me julgar em condições de administrar mais um cartão."

 

Unifesp

 

Para o ministro, as denúncias do reitor da Unifesp, Ulysses Fagundes Neto --acusado de ter gasto mais de R$ 12 mil em viagens internacionais, nos últimos dois anos, com o cartão corporativo do governo federal-- caminham para a negociação.

 

Segundo Haddad, o fato de Fagundes Neto ter reembolsado o governo e buscar o diálogo evita uma eventual crise na universidade paulista.

 

Haddad rebateu a possibilidade de vir a ocorrer na Unifesp o que houve na UnB (Universidade de Brasília) --quando alunos ocuparam a reitoria da universidade por 15 dias em protesto pela permanência do ex-reitor Timothy Mulholland, denunciado por uso indevido de recursos destinados à pesquisa.

 

"Não acredito que o caso seja o mesmo", afirmou o ministro, ao ser questionado sobre as semelhanças entre as denúncias da UnB e a Unifesp. "O caso da Unifesp envolve uma pessoa, já da UnB era mais complexo", disse ele.

 

(Folha Online)


Data: 23/04/2008