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Novas disciplinas promovem o pensamento

Ao sancionar nesta segunda-feira, 2, a lei que torna obrigatório o ensino de sociologia e filosofia no ensino médio, o presidente da República em exercício, José Alencar, disse que a oferta das duas disciplinas vai assegurar melhor formação do pensamento autônomo e crítico dos estudantes, além de habilitá-los ao pleno exercício da cidadania.

 

Na avaliação de José Alencar, assim como a matemática facilita o raciocínio, o português, a comunicação, a filosofia e a sociologia abrem os horizontes de jovens e adolescentes e aperfeiçoam a qualidade da sua formação. O presidente em exercício lembrou que as duas matérias ficaram fora do currículo da educação básica por 37 anos, de 1971 a 2008. A lei que reintroduz as duas disciplinas foi aprovada pelo Congresso Nacional no dia 8 de maio e entra em vigor assim que for publicada no Diário Oficial da União.

 

Já para o ministro da Educação, Fernando Haddad, não há conhecimento social efetivo se o estudante não tem acesso aos temas que promovem o pensamento e a reflexão. O movimento de formação do cidadão é complexo, disse, porque o indivíduo primeiro se apropria da cultura, toma distância e, então, se posiciona frente ao mundo social, do trabalho, da política.

 

Para Haddad, a reintrodução da filosofia e da sociologia no ensino médio faz parte de um movimento que contou com a colaboração de muitos setores, entre os quais, o Congresso Nacional, as entidades de classe e sindicais, educadores, o Conselho Nacional de Educação e os estudantes.

 

Para o presidente da Sociedade Brasileira de Sociologia, Tom Dwyer, a volta das duas disciplinas é o resgate de um movimento histórico promovido por diversas áreas da educação e da cultura que aconteceu por mais de três décadas. Mesmo considerando que é um momento especial, Dwyer disse que a implantação das disciplinas nos currículos do ensino médio deve acontecer de forma gradativa para garantir a qualidade e respeitar a situação de cada rede estadual e a oferta de professores.

 

O representante do CNE na cerimônia, conselheiro César Callegari, disse que a lei vai proporcionar aos jovens a oportunidade de se tornarem protagonistas de seu tempo, ao contrário do que pregou o regime militar, que tratou de “minguar o pensamento”.

 

(Ionice Lorenzoni - MEC)


Data: 03/06/2008