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Pesquisadores lançam livro inédito sobre ecossistemas do solo brasileiro

Pesquisadores e estudiosos do solo afirmam que o equilíbrio da vida na terra depende substancialmente do equilíbrio do solo. “Se a vida no solo parar, a vida na terra acabará em 20 ou 30 anos”, afirma o diretor do CNPq, José Oswaldo Siqueira, professor licenciado da Universidade Federal de Lavras (UFLA), que acaba de lançar livro inédito no país intitulado a Biodiversidade do Solo em Ecossistemas Brasileiros , em co-autoria com a professora Fatima Maria de Souza Moreira, sua colega de laboratório também da UFLA, e com o pesquisador Lijbert Brussaard, da Wageningen University da Holanda.

 

A publicação é parte de um projeto multidisciplinar, envolvendo diversas instituições no país e no exterior (multi-institucional e multinacional (CSM-BGBD- www.biosbrasil.ufla.br), com apoio do Global Environment Facility (GEF), implementação do United Nations Environment Programme (UNEP) e coordenação global do TSBF/CIAT, que abrange estudos em rede com outras instituições de países tropicais, como México, Uganda, Quênia, Costa do Marfim, Índia e Indonésia. O objetivo é aumentar a consciência e o conhecimento sobre a biodiversidade do solo, importante componente para a produção agrícola em paisagens tropicais, por meio da demonstração de métodos para conservação e manejo sustentado.

 

Pesquisa

 

O grupo de pesquisa brasileiro, BIOSBRASIL, coordenado pela professora Fatima Moreira, é voltado para e studar a biodiversidade de organismos do solo e como eles podem ser usados para sustentabilidade agrícola de comunidades indígenas na Amazônia, pois são importantes para a reciclagem dos materiais e a manutenção da capacidade produtiva do solo. “O projeto busca o uso e o manejo dessa biodiversidade para a sustentabilidade de sistemas agrícolas de baixo insumo na Amazônia”, explica a pesquisadora.

 

Com anos de estudos nesta linha, pesquisadores envolvidos no projeto e outros convidados contribuíram para a publicação da obra. “Uma obra , resultante da parceria com 47 pesquisadores, de 19 instituições, sendo três estrangeiras: o Institut de Recherche pour le Développement ( IRD), da França, o Museu de História Natural , dos EUA, e a Wageningen University, da Holanda”, e as demais nacionais: UFLA, INPA, UFAM, INC/UFAM, UFRRJ, UnB, FURB, EMBRAPA (Agrobiologia, Pecuária Sudeste, Solos, Florestas, Amazônia Ocidental, Arroz e Feijão), UEA , UFU, UniLavras”, completa Fatima Moreira.

 

O livro possui 19 capítulos em 768 páginas, abordando desde a macrofauna até fungos e bactérias. “A decomposição de resíduos orgânicos, a ciclagem de nutrientes, a agregação de partículas do solo e o controle biológico de pragas e doenças são importantes funções mediadas pela enorme e escondida diversidade de organismos do solo, as quais tornam possível a vida dos seres humanos e de outros nesse planeta. Além disso, a biodiversidade é uma fonte valiosa e ainda incalculável de recursos genéticos para usos diversos, inclusive na área médica”, explica a pesquisadora Fátima Moreira.

 

Obra inédita

 

“ Apesar de a Biologia do Solo ser muito antiga no mundo, ela é bastante recente no Brasil, e esta obra representa a primeira publicação que aborda de forma abrangente a diversidade e função de diversos grupos-chave que compõem a biota do solo”, afirma o diretor do CNPq.

 

Os autores ressaltam que parte desta obra é, também, uma tradução para a língua portuguesa do livro: Soil biodiversity in Amazonian and other Brazilian ecosystems , publicado em 2006 pela CABI. “Com esta versão em português, pretendemos atingir um público mais amplo e diverso no Brasil, visando contribuir para a conscientização sobre este assunto tão importante e atual e que diz respeito a todos nós, detentores da maior megadiversidade entre as nações tropicais”, disse a coordenadora Fatima Moreira. Os onze capítulos publicados na versão em inglês foram atualizados e oito novos capítulos foram adicionados, ampliando as informações sobre um maior número de grupos de organismos relevantes.

 

“Há livros brasileiros sobre a fertilidade física e a fertilidade química do solo nos principais ecossistemas. Esse é, porém, a primeira contribuição abrangente sobre os componentes da fertilidade biológica – dos microorganismos às minhocas”, declarou sobre a versão em inglês publicada pela CABI em 2006 , o professor e engenheiro agrônomo Eurípedes Malavolta, falecido em janeiro de 2008.

 

Os interessados em adquirir o livro podem procurar a Editora UFLA pelo endereço www.editora.ufla.br

 

(Assessoria de Comunicação Social do CNPq)


Data: 16/06/2008