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Saúde e prevenção nas escolas

A escola é a principal fonte de informação sobre sexualidade para 50% dos jovens brasileiros, segundo o Ministério da Saúde. Cerca de 100 mil escolas trabalham com informações sobre Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis (DST), de acordo com o Censo Escolar 2006. São dados que revelam a importância do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), que é realizado em parceria entre os ministérios da Educação e Saúde e é tema da III Mostra Nacional Saúde e Prevenção nas Escolas, que teve início hoje no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

 

Na abertura do evento, autoridades municipais, estaduais e federais de Educação e Saúde, além de representantes dos jovens multiplicadores, indicaram a necessidade de integração entre os serviços de saúde pública e as escolas para realizar as ações de prevenção. Cerca de 1 mil participantes podem escolher entre as atividades previstas – palestras, debates, oficinas, exposição de 250 cartazes e apresentações orais de 120 experiências por alunos e professores de escolas públicas.

 

O SPE está presente em cerca de 400 municípios. Dez mil escolas distribuem preservativos, dentro do SPE ou em iniciativas estaduais e municipais. Entre os participantes do evento, é consenso que as informações sobre tratamento e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), Aids e gravidez na adolescência precisam chegar a professores e alunos.

 

O SPE começou a ser implantado em 2003 em escolas públicas de todo o Brasil, com foco na prevenção das doenças sexualmente transmissíveis e Aids. Uma das propostas é distribuir preservativos aos estudantes, dentro de um projeto pedagógico. Pesquisa de avaliação do programa, divulgada pela Unesco em 2007, mostra que 90% dos estudantes, 63% dos pais e 58% dos professores aprovam a oferta de preservativos nas escolas.

 

Os representantes dos jovens no grupo gestor nacional do SPE reivindicaram a criação de estruturas para garantir sua participação no planejamento, monitoramento e avaliação do SPE. “O jovem tem papel estratégico no desenvolvimento do programa”, disse Rodrigo Correa, 27, membro do grupo gestor estadual de São Paulo.  “Ele é o protagonista das ações multiplicadoras.”

 

Para a secretária de Educação Básica, Maria do Pilar Lacerda, o conflito de gerações entre alunos e professores é positivo porque impulsiona mudanças na escola. Assim, as informações sobre o funcionamento do corpo humano podem ser transformadas em conhecimento, de forma a fazer sentido na vida dos adolescentes e gerar comportamentos de prevenção. “O conhecimento dá autonomia”, afirmou a secretária, “dá a oportunidade de escolher”.

 

Sucesso local

 

Em Pernambuco, mobilização em 30 escolas recifenses da rede estadual para a comemoração do Dia Mundial de Luta contra a Aids, nos meses finais de 2007, marcaram a ampliação das ações do SPE. A partir da oficina “Árvore do Prazer”, o grupo gestor local e o Sindicato de Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) sensibilizaram professores e alunos de 37 escolas sobre o que é o prazer, conforme orientação do kit “Eu preciso fazer o teste de Aids?”.

 

Como resultado, 300 testes de detecção de Aids foram realizados e cerca de 300 camisinhas distribuídas em abril de 2008. Em maio deste ano, o SPE chegou a 23 escolas de Jaboatão dos Guararapes (PE), município vizinho a Recife. “Nosso desafio é acolher todos os professores que queiram participar, não importa a área de conhecimento”, afirma o professor-multiplicador Vicente Barbosa Neto, biólogo e arte-educador há 25 anos. Ele orientou seis dos trabalhos apresentados na III Mostra SPE.

 

O programa SPE é realizado por Ministério da Educação, Ministério da Saúde, Unesco e Unicef e se subordina ao programa Saúde na Escola.

 

(Adriana Maricato - MEC)


Data: 25/06/2008