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Desigualdade em países ricos é maior que há 20 anos, diz OCDE

Principal razão são mudanças no mercado de trabalho, em que trabalhadores mal qualificados enfrentam problemas crescentes para encontrar emprego

O abismo entre ricos e pobres vem crescendo na maioria dos países desenvolvidos nas duas últimas décadas, período no qual o crescimento econômico beneficiou os ricos mais que os pobres, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Na metade desta década, México e Turquia tinham a maior disparidade de renda, seguidos por Portugal e Estados Unidos. Dos 30 países incluídos no estudo, Dinamarca e Suécia são as sociedades em que a disparidade de renda é menor.

O estudo usou o índice Gini, o instrumento mais largamente empregado para medir desigualdade de renda.

Alguns poucos países contrariaram a tendência. Em França, Grécia e Espanha, a disparidade entre ricos e pobres diminuiu nos últimos 20 anos.

"As famílias ricas nos EUA vêm deixando para trás os grupos de renda média e mais baixa. Isso acontece em muitos países, mas em nenhum deles a tendência tem sido tão marcante quanto nos EUA", disse a OCDE.

A renda média anual dos 10% mais ricos nos EUA, US$ 93 mil, é a mais alta na OCDE. Mas os 10% mais pobres receberam a média de apenas US$ 5.800, cerca de 20% abaixo da média dos países da OCDE.

A principal razão do aumento da desigualdade são as mudanças no mercado de trabalho, em que trabalhadores mal qualificados enfrentam "problemas crescentes para encontrar trabalho".

De acordo com o estudo, a educação é uma maneira de alcançar crescimento que beneficia a todos, mas os países "precisam fazer mais para garantir trabalho às pessoas e lhes proporcionar benefícios trabalhistas".


(Folha de SP, 22/10)


Data: 22/10/2008