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Expectativa de vida sobe para 72,57 anos no país

IBGE mostra que aumento foi de 3 meses e 14 dias entre 2006 e 2007

O brasileiro ganhou três meses e 14 dias em sua expectativa de vida entre 2006 e o ano passado. É o que mostra a Tábua de Mortalidade da População Brasileira 2007, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os brasileiros que nasceram em 2007 tinham, em média, 72,57 anos pela frente. Em 2006, essa estimativa era de 72,28 anos.

A comparação com os dados de 1991 (os mais antigos disponíveis nesse caso) permite notar que, em 16 anos, os brasileiros ganharam, em média, 5 anos e meio a mais de vida. No início da década de 1990, o brasileiro vivia 67 anos em média.

A Tábua é divulgada desde 1999 no primeiro dia de dezembro por determinação de uma lei federal. Isso porque a esperança de vida apurada pelo instituto é utilizada pelo Ministério da Previdência Social para o cálculo do fator previdenciário das aposentadorias do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), submetidas ao Regime Geral da Previdência Social. Trata-se de um multiplicador que vai definir o valor da pensão de acordo com a expectativa de vida do beneficiado que se aposenta por tempo de serviço. Não é aplicado para fundos de pensão privados.

O secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwarzer, afirmou ontem que o ajuste do fator previdenciário com a divulgação da nova tábua de mortalidade ficou dentro do que o governo esperava nas faixas etárias mais propícias à aposentadoria, que são as que causam maior impacto aos cofres da Previdência.

Ele manifestou preocupação com o processo de envelhecimento da população, que viverá em média mais de 80 anos até 2050, segundo projetado pelo IBGE na semana passada.

As regiões mais pobres do País foram as que mais avançaram na esperança de vida, mas ainda estão abaixo da média nacional. Apesar de ter avançado 6,88 anos entre 1991 e 2007, a Região Nordeste ainda tem índice abaixo de 70 anos, o menor do País. Alagoas e Maranhão continuam na lanterninha na comparação entre Estados - 66,77 e 67,64. Já a Bahia apresenta índices próximos do Centro-Sul, com duração média de vida de 72 anos. O Distrito Federal continua na liderança da longevidade, com 75,34 anos. São Paulo é o quinto do ranking, perdendo a quarta posição para Minas Gerais. Enquanto os paulistas ganharam 4,71 anos entre 1991 e 2007, atingindo 74,23 anos de vida média, os mineiros avançaram mais, atingindo 74,62 anos, diferença de 5,65 anos.

A vida média dos homens teve um ganho ligeiramente maior do que o das mulheres nos últimos anos, mas eles continuam vivendo menos. Enquanto as mulheres viviam mais de 76,44 anos em 2007, os homens não tinham conseguido ainda passar de 70: a expectativa de vida masculina no ano passado foi de 68,82 anos.

A explicação está na sobremortalidade dos homens em relação às mulheres, que está aumentando entre os jovens. A chance de um homem na faixa de 20 a 24 anos morrer era quatro vezes maior do que a de uma mulher na mesma idade em 2007. Essa relação aumentou quase 26% na comparação com 1991. Em São Paulo, a sobremortalidade masculina entre jovens é ainda maior: quase 6 vezes. Essa relação aumentou 32,86% entre 1991 e 2007 em São Paulo, que ultrapassou o Rio (5,15) nesse quesito.

Segundo o gerente de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica do IBGE, Juarez de Castro Oliveira, se fossem eliminados os altos índices de morte por causas externas (violência urbana, acidentes de trânsito, acidentes de trabalho, afogamentos, etc.) entre os homens jovens, o brasileiro poderia ter mais 2 ou 3 anos de vida.

 

(O Estado de SP, 2/12)


Data: 02/12/2008