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Misturas dão o tom dos estudos em Letras e Linguística

Tecnologia e arte são alguns dos temas de pesquisas que envolvem diferentes disciplinas

Na área de letras e linguística, cresce a tendência de pesquisas interdisciplinares, que agregam temas como política, sociologia e até medicina.

Outro fator que abre espaço para estudos comparados é o aumento das relações com países africanos de língua portuguesa e com a América Latina, acrescenta o professor Benjamin Abdala Júnior, coordenador da área na Capes.

Mas é na área de tradução que pós-graduados em letras e linguística se relacionam mais com o mercado de trabalho. "Há oportunidades nas universidades e no mercado, tanto para tradução técnica como literária", aponta Abdala Júnior.

Perspectivas interessantes também têm os alunos de programas de língua espanhola. O idioma virou disciplina obrigatória no ensino médio depois que uma lei, em 2005, determinou um prazo de cinco anos para as escolas se adaptarem.

"Muitas universidades federais abrem graduação em espanhol, devido a uma política de expansão do governo", explica Adrián Fanjul, 45, professor do programa de língua espanhola e literaturas espanhola e hispano-americana da USP.

Quem se titulou em língua espanhola tem chance de ser absorvido. "Mas provavelmente terá de sair de São Paulo, pois o crescimento se dá no interior e em outros Estados."

Arte e tecnologia

Na área de artes e música, parte da expansão de programas e linhas de pesquisa também se deve à lei. No ano passado, música virou conteúdo obrigatório, e as escolas terão três anos para se adequarem.

Pesquisas sobre arte e tecnologia ganham terreno, diz Martha Tupinambá, coordenadora da área na Capes. Correspondem a 70% da procura pela pós em artes da UnB (Universidade de Brasília), e sua aplicação envolve muitas possibilidades.

"Exames médicos computadorizados têm leitura visual cujo dispositivo só pode ser criado com pesquisa de imagem. Empresas petrolíferas usam profissionais de design e artes em computação gráfica", diz Maria Luiza Fragoso, 46, coordenadora do programa.

Na USP, a união de música e tecnologia se consolida. "Temos projeto aprovado para criar graduação em sonologia, que envolve temas como acústica, tecnologia e "sound design" para cinema", diz Fernando Iazzetta, 42, ex-coordenador da pós em música da USP.

Ele diz que isso atende à demanda do mercado, pois não há curso de nível superior que forme engenheiro de áudio.

(Folha de SP, 1/2)


Data: 02/02/2009