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'Não se pode deixar os alunos soltos e abandonados', diz secretária do MEC

A secretária de Educação Superior do MEC, Maria Paula Dallari Bucci, diz que as escolas com cursos precários têm um semestre para corrigir os problemas mais urgentes

- Qual o objetivo da supervisão?

Elevar o padrão de qualidade. Se o Brasil aspira a ter uma posição importante no cenário internacional, tem que qualificar seus recursos humanos à altura desse desafio e elevar a exigência de qualidade em relação a cursos e instituições. Por uma razão até cultural, nós nos habituamos a achar muito importante o controle prévio e a dar pouca importância ao que acontece depois que um curso foi aberto.

- A senhora ficou surpresa com as deficiências detectadas?

Alguns cursos têm deficiências históricas. A sociedade quer mais rapidez, mas tem de entender que estamos trabalhando na criação de padrões. As instituições têm um semestre letivo para resolver os problemas mais dramáticos.

- O MEC suspendeu vestibulares e proibiu novas turmas. Mas há alunos nos demais semestres. Não é um risco?

Essa é uma medida dura que tem que ser tomada com ponderação. A vedação do ingresso de novos alunos é uma medida de proteção.

- O que as instituições devem fazer de imediato?

Montar um núcleo docente estruturante, um conjunto de professores que conheça o projeto pedagógico e seja capaz de implementá-lo. O segundo ponto é relacionado à insuficiência de professores para supervisionar o internato. Não se pode deixar os alunos soltos e abandonados, fazendo estágio em hospitais por conta e risco deles.

- Os cursos já haviam sido avaliados in loco duas vezes. Houve falha?

Houve pelo menos falta de clareza em relação ao padrão de qualidade que se exige agora.

- A Unig alega que a proibição de vestibular vale só para o futuro.

O ato do MEC foi comunicado imediatamente. Foi editado numa quinta-feira, salvo engano, e o vestibular aconteceria no fim de semana. A universidade descumpriu decisão do MEC.

 

(O Globo, 8/2)


Data: 08/02/2009