topo_cabecalho
Artigo - 35 anos do golpe militar de 1964- Cinema e ditadura (Parte 2)

Wagner Braga Batista

 

Em meados dos anos 70, surgiu o que se chamou literatura do cárcere. Em geral, livros autobiográficos que relatam a experiência de militantes na luta de resistência dentro e fora da cadeia. Documentos das organizações proscritas, antes publicados no exterior, vinham a luz e desencadeavam um debate nos meios de comunicação alternativos sobre o significado e o desdobramento das lutas travadas até então. Pelo alcance restrito da literatura, essa discussão ficou limitada a círculos muito restritos. A criação de entidades de representação e a retomada de movimentos sociais, aumentou o raio de circulação desses textos. As movimentações subseqüentes, em defesa das liberdades democráticas, deram amplitude e consistência material ao debate sobre as formas de resistência ao regime militar. Contudo, como veículos de informação a imprensa e a literatura ainda se mostraram insuficientes para esclarecer e viabilizar formas de participação para muitos setores da população.

 

A televisão, sob controle de grandes grupos e subordinada às diretrizes do regime militar, apenas esporadicamente fazia valer seu potencial critico. Nos anos 70, o alcance da televisão, atingindo todo território brasileiro, materializando a integração nacional propugnada pelo regime militar, influirá decisivamente no modo de vida e na cultura do povo brasileiro. Como instrumento de dissuasão viabilizará o que hoje se chama o padrão global. Com muita propriedade Cacá Diegues filmara a penetração da TV e os estertores de uma modalidade de cultura, o circo ambulante, em regiões periféricas do Brasil em “Bye, bye Brasil”(1979).

 

O cinema, apesar dos entraves criados para sua produção, distribuição e exibição, contribuirá para divulgar ocorrências pouco conhecidas pelo público. Ao abordar fatos obscuros, ainda recentes, despertará a curiosidade de uma parcela da população. Assassinatos nos porões dos órgãos de repressão e mortes forjadas nas ruas tornaram-se apenas notícias fúnebres, muitas vezes divulgadas somente em páginas policiais ou em obituários. Esses fatos históricos ganharam densidade no enfoque cinematográfico e romperam gradativamente as versões, as inventivas e tramas criadas nos órgãos de repressão e acolhidas pela população graças à censura aos meios de comunicação e à auto-censura de quem dispunha de conhecimento sobre a natureza dessas ocorrencias.

 

A produção de alternativas, no plano da cultura e do cinema em particular, não foi uma tarefa indene.  As frustrações diante dos cortes impostos por censores era  tangível. O risco de mutilações e de interdição de filmes esteve sempre na ordem do dia. Suas conseqüências eram drásticas, uma vez que a produção cinematográfica implica em elevados investimentos financeiros. A impossibilidade de amortização dos custos de produção inviabilizaria a continuidade do trabalho nesse campo de atividades. È compreensível que esses riscos fossem previamente avaliados de modo a não transformar a produção dessas alternativas críticas numa aventura infrutífera.

 

Grande parte dos filmes documentais gerados nesse período foi de curta-metragem, realizada com recursos técnicos limitados, em condições precárias, baixo orçamento e com rede de distribuição praticamente informal. Muitos foram patrocinados por movimentos e organizações independentes que se auto-financiavam.

 

Essa produção amadureceu culminando com a realização de uma gama de curta-metragens mais elaborados e de grande valor documental: 15 Filhos” (1996), de Maria de Oliveira Soares e Marta Nehring; Sônia, Morta e Viva” ( 1985) Sérgio Waisman, “Vala comum (1994) João Godoy, Eunice, Clarice, Thereza" (  )diretor Joatan Vilela Berbel),  entre outros. Nos últimos anos, a série Memória Política da TV Camara tem obtido significativos depoimentos de militantes da resistência. Identificamos os seguintes, Vera Sílvia Magalhães, participante do seqüestro do embaixador norteamericano, que faleceu em 2007, a companheira de Carlos Marighella, Clara Charf do ex-dirigente do PCB, Hercules Correa, falecido em 2008, Helio Bicudo, que reconstituem diferentes  fases  do reime militar. O programa Roda Viva, da TV Cultura, apresentou depoimentos que se somam a esse legado, Luiz Carlos Prestes, Leonel Brizolla, Armênio Guedes, Jacob Gorender, etc. Há também retrospectivas do período, “Memória e História em Utopia e Barbárie” (2005) Silvio Tendler, as séries “Contos de resistência”(2007), produzido pela TV Câmara,   que narra fatos relacionados aos 40 anos de regime militar e “Mordaça” ( 2007) Simone Zuccolotto. sobre o desempenho da censura. Narrativas adulcoradas, porém não menos importantes podem ser vistas em “Anos Dourados”(1986) Gilberto Braga e “Anos Rebeldes”(1992) Dennis Carvalho, produzidas pela TV Globo. A última mini-série capitalizou o impacto das mobilizações estudantis em prol do impeachment de Fernando Collor.

 

Os primeiros enfoques cinematográficos das lutas de resistência exigiram tratamento mais cauteloso do tema. Osvaldo Caldeira, com “O bom burguês”(1982), pseudônimo de um gerente do Banco do Brasil, Jorge Medeiros do Valle, que realiza operações financeiras para apoiar organizações revolucionárias e Francisco Ramalho Jr, com o filme “Paula, a história de uma subversiva” (1979), filme de ficção que se reporta à passagens da vida de uma guerrilheira, estão entre os precursores da abordagem dessa temática.

Oscilando entre concessões obrigatórias, a exemplo do que ocorreu com o filme “Pra frente Brasil” (1985), Roberto Farias, que inclui uma nota explicativa na introdução por exigência dos censores, e visões glamourizadas que tendem a distorcer e falsear fatos focalizados (“O que isso companheiro?” (1996) Bruno Barreto), o cinema avançou no sentido de tratar de forma mais direta de temas mantidos na gaveta.

 

Procurando fugir às tramas da censura e apresentando mais liberdade de autoria podemos citar “Nunca fomos tão felizes” (1984) de Murilo Sales. “Dede Mamata” (1988) Rodolfo Brandão apresenta a falta de referencias de uma geração que conviveu com o regime militar, expondo suas dúvidas, seus conflitos e suas novas estratégias de subsistência em meio a uma possível orfandade política. Em linha inversa, temos “Feliz ano velho” (1987 ) Roberto Gervitz que apresenta o drama individual de um jovem tentando superar as limitações da paraplegia em meio ao cenário turbulento dos anos 70.

 

O filme “Quarup” (1989) Ruy Guerra retoma o debate sobre os dilemas da esquerda após o golpe de 1964. Inspirado em romance de Antonio Calado, discute as opções individuais diante da reversão de expectativas políticas provocadas pelo advento da ditadura. “Avaeté, a semente da vingança” (1985) Zelito Vianna, denuncia a ocupação de terras e os massacres de índios provocados pela expansão da fronteira agrícola no país. Em 1992, em “A divida da vida”, Otávio Bezerra produz documentário que coloca em questão o endividamento externo gerado pelo regime militar.

 

O cinema também abordou a atrofia e a deterioração das relações sociais durante o regime militar, a exemplo de “Sonhos e desejos” (2007 ) Marcelo Santiago.

 

A ficção explora várias dimensões da existência durante o regime militar traçando meandros bastante originais. Sem compromissos em retratar fielmente a realidade, a narrativa de ficção refez cenários e personagens para avivar a percepção da conjuntura analisada. Uma plêiade de filmes vale-se desse manancial para fornecer as cores desse contexto, sejam mais drásticas ( “O ano em que meus pais saíram de férias” (2006) Cao Hambúrguer) ou hilárias, tipo “1º de Abril, Brasil” (1989) Maria Leticia e “Casseta e planeta- A copa do mundo é nossa” (2003) Lula Buarque de Hollanda. Desse modo, recorreu a várias linguagens e gêneros para montar um painel documental.Dentre os filmes que recuperam as lutas democráticas há biografias de dirigentes comunistas, Luiz Carlos Prestes, “O velho” (1996) Tony Venturi e “Encontro com Prestes” (1985) Sergio Santeiro, de Apolônio de Carvalho, “Vale a pena sonhar” (2003) Sheila Grisotti e Rudi Böhm, de parlamentares “Ulysses, Cidadão” (1993) Eduardo Escorel, “Miguel Arraes” (2006) André Salles / Paulo Henrique Fontenelle ,“Trajetória política de Tancredo Neves – Mensageiro da Liberdade”( 1998) bem como do antropólogo “Darcy Ribeiro-O Guerreiro Sonhador”(2007) realizados por Fernando Barbosa Lima,. Figuram nesse rol, personalidades que se alinharam na luta em defesa dos direitos civis. Identificamos documentários com diferentes orientações “Dom Helder Camara - O Santo Rebelde” (2006) Erika Bauer, “Dr Heráclito Sobral Pinto, profissão Advogado” (1979) “Três irmãos de sangue”(Henfil, Chico Mario e Betinho)  Ângela Patrícia Reiniger, “O evangelho segundo Teothonio”, Wladimir de Carvalho, 1984. Com tratamento romanceado temos vários registros da vida de Juscelino Kubitschek e “Olga”(2003) Jayme Monjardim.

 

O cinema também rompeu a cortina que encobria episódios trágicos. Película recente aborda a guerrilha do Araguaia, (“Conspiração do silêncio” (2006) Ronaldo Duque, processo que ainda é tratado de forma sigilosa. A documentação sobre a campanha militar que resultou no desaparecimento de combatentes e em sevicias praticadas em moradores da região ainda é escondida a sete chaves como segredo de Estado. Expôs os subterrâneos da repressão.“Batismo de sangue” ( 2007) Helvécio Ratton, adaptando o conteúdo do livro de Frei Betto, denuncia as torturas a que foram submetidos frades dominicanos, o assassinato de Carlos Marighella e o suicídio de frei Tito. Esses fatos também são documentados em “Frei Tito” de Marlene França e “Ato de fé” ( 2004) Alexandre Rampazzo. Passagens da vida de Carlos Marighella estão contidas em “Marighela, retrato falado do guerrilheiro  (1999) Silvio Tendler.

 

Inspirado na narrativa de Carlos Eugenio Sarmento, “Cabra cega”( 2004 ) Toni Venturi, registra o isolamento de militantes da luta armada vivendo no rigor da clandestinidade. A versão em DVD do filme contem o documentário “No olho do furacão”(2004), Renato Tapajós e Toni Venturi, que enriquece a compreensão das condições nas quais foi travada essa luta. Produzido dentro de um projeto mais amplo de recuperação da memória da luta armada reúne depoimentos de ex-militantes.

 

Em 1989,  Lucia Murat inauguraria uma discussão tratada com muitas reservas pela esquerda brasileira. Por meio do cinema, realizou excelente abordagem do drama vivenciado por quatro mulheres em “Que bom ter viva”. È uma visão necessária e contundente do comportamento frente à prisão e à tortura A diretora, uma ex-presa política, recorreu ao depoimento de suas companheiras para enveredar pela análise de suas expectativas de vida após essa experiência traumática. De forma generosa e corajosa, contribui  para desmistificar algumas condutas defendidas pelas organizações revolucionárias frente aos interrogatórios policiais. Lucia Murat dará nova incursão dessacralizadora abordando a relação de prisioneiros políticos com presos comuns enquadrados na Lei de Segurança Nacional, em “Quase dois irmãos”(2008) . Essa mesma temática será explorada nos curta-metragens de Caco Souza “Senhora liberdade” (2004) e “Resistir”(2006), centrados em depoimentos de William da Silva Lima, a quem se atribui a formação do Comando Vermelho.

 

Nesse diapasão, o cinema foi utilizado não só como instrumento de revelação de fatos históricos, mas também como espaço de reflexão e de diálogo entre o público e protagonistas diretos e indiretos desses processos.. Nessa linha de inflexão, há dois filmes recentes deveras significativos. Um realizado por um militante, Silvio Da Rin. Com a autoridade que lhe confere a participação e a compreensão histórica desses fatos, reúne integrantes da Ação Libertadora Nacional e do Movimento Revolucionário 8 de outubro, organizações que realizaram o seqüestro do embaixador Charles Elbrick, em setembro de 1969.

 

Seus depoimentos revelam suas convicções, hesitações, percalços, atualizando suas vivências frente a projetos futuros. “Hercules 56 (2006) é brilhante trabalho de pesquisa, seleção de documentos e registro de imagens. 

 

Em “Caparaó”(2006) Flavio Frederico relata a tentativa de instalação de foco guerrilheiro na Serra da Mantiqueira, em 1966, pelo MRN- Movimento Revolucionário Nacionalista.. Sem disparar um único tiro guerrilha a iniciativa foi frustrada, acarretando na prisão de seus integrantes, ex-sargentos e marinheiros expurgados de suas corporações após o golpe militar.  Em entrevista ao Canal Brasil, o  diretor, fala dos procedimentos utilizados na filmagem e da frustração por não ter conseguido acrescentar o depoimento de Leonel Brizola, que manteve uma postura de omissão frente as suas responsabilidades na organização e logística desse movimento de resistência.

 

Com o ascenso dos movimentos sociais, vários filmes tem retratado a diversidade e a especificidade de suas reivindicações e formas de luta. O “I Conclat” (1981), Adrian Cooper, documenta o I Congresso da Classe Trabalhadora, realizado em Praia Grande, no qual se discutiu a criação da Central Única dos Trabalhadores. Manfredo Caldas retrata as lutas de trabalhadores rurais na Paraíba em “Questão de terra” (1988).  Tete Moraes produz dois filmes emblemáticos sobre a reforma agrária e o Movimento dos Sem Terra- MST: “Terra para Rose (1987) e “O sonho de Rose”(1997). Em 2005 filma “O Sol, caminhando contra o vento” sobre o tablóide alternativo, editado pelo Jornal dos Sports, RJ, que teve curta existência nos anos 60. Silvio Da Rin filma “Fenix”(1980) que fala da  resistência cultural do movimento negro entre 1964/ 69 e “A igreja da libertação” que registra a intervenção de setores progressistas do clero junto a movimentos populares. Na mesma linha de abordagem há "Igreja dos Oprimidos" (1986) Jorge Bodanski com roteiro de Helena Salem. Os movimentos pela anistia e o cinema também se alimentaram mutuamente. Entre as várias produções denunciando os crimes torpes do aparelho repressivo ou abrindo especo para depoimentos de perseguidos pelo regime militar, destacamos “Em nome da segurança Nacional” (1984) Renato Tapajós, sobre o Tribunal Tiradentes, realizado em São Paulo, em 1983, que condenou a Lei de Segurança Nacional e os crimes da ditadura militar.

 

O avanço dos movimentos sociais e o colapso da ditadura propiciam o surgimento de uma ampla gama de filmes que discorrem sobre questões de gênero, étnicos, opções religiosas, entre outros temas. Em geram são produzidos por grupos identitários que procuram dar relevo as suas demandas e traços culturais.

 

Uma vertente sumamente importante no embate ideológico com o regime militar apresenta a questão dos direitos humanos. Convém rememorar, que a atuação dos esquadrões da morte, dos assassinatos de marginalizados, as torturas e sevícias foram exploradas pelo cinema comercial como objetos da catarse de um público que se sentia e sente atraído por esses crimes hediondos. Ao colocar na ordem do dia a defesa intransigente da vida humana e do impedimento de que presos fossem submetidos a qualquer tipo de constrangimento ilegal, várias entidades civis projetaram-se no cenário nacional contrapondo-se ao tratamento dispensado pelos aparatos repressivos aqueles que estavam sob sua guarda.

 

Em 2006, a Secretaria de Direitos Humanos realiza o I Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América Latina que teve seqüência no ano seguinte. A violação dos direitos humanos é um problema comum em vários países do continente. Alguns filmes exibidos recompõem o cenário crítico gerado pela emergência de ditaduras, a ação dos aparelhos de repressão e de grupos para-militares em vários países durante as décadas de 60, 70 e 80.

 

Ofereceu a oportunidade de exibição de documentários pouco conhecidos. Entre eles, “Você também pode dar um presunto legal” (1971) Francisco ramalho e Sergio Muniz, denunciando o Esquadrão da Morte, em SP, comandado pelo delegado iria comandar a repressão política, Sergio Fleury.

 

No tocante à contextualização e denúncia da ditadura há um rol de filmes produzidos ao longo dos anos 90. Podem ser acrescentados a esse acervo, “Lamarca” (1995) Sérgio Rezende, “Sombras de julho” (1996) e “Panair do Brasil”(2006) Marco Altberg, “Jenipapo”(1996) Monique Gardenberg, “Ação entre amigos” (1998) Beto Brant, Dois córregos (1999) Carlos Reichenbach; “A terceira morte de Joaquim Bolívar” (1999) Flávio Candido “Barra 68- Sem perder a ternura” (2001) Wladimir de Carvalho, Zuzu Angel (2006), Sérgio Rezende, “Corte Seco” (Renato Tapajós), “Operação Condor” (2007) Roberto Mader, ), “Vlado, 30 anos depois” (2005) e “Veias e vinhos- uma história brasileira”(2006) João Batista de Andrade, Clandestinos ( Patrícia Morán, ), “Os Desafinados” ( 2008 ) Walter Lima Jr, ), “Tempo de Resistência” (2006 ) André Ristum e Leopoldo Paulino, “Vôo Cego Rumo Sul” ( 2005)  Hermano Pena. Há muitos outras referencias que enriqueceriam essa visão panorâmica, porém exigiriam percuciente trabalho de pesquisa para sua localização e exibição.

 

Dentro dos limites desse artigo, procuramos evidenciar como o cinema contribuiu para formar consciência crítica do golpe militar, bem como valorizar aqueles que se contrapuseram aos seus desdobramentos.

 

Tratamos de forma despretensiosa do papel da cultura e em especial do cinema num contexto de restrição às liberdades democráticas. Temos consciência de que referências e considerações estão incompletas. A visão panorâmica mais abrangente da conjuntura em questão e da produção cinematográfica durante esse período requer conhecimento e acesso a fontes de pesquisa, bem como meticuloso trabalho de análise e sistematização de um volume incomensurável de informações.

Nosso propósito é mais modesto. Procuramos desenhar um quadro sintético do período, definindo o caráter do regime militar, as diretrizes de suas alianças externas e sua base de sustentação para explicitar a importância da produção cultural e a resistência que foi travada em suas várias frentes.

 

O cinema de resistência se moveu numa fronteira sinuosa entre o que a História Oficial tentou sacramentar ou então interditar e suprimir e o repertório de imagens e lembranças que a cultura viva fez subsistir. Como depositário da cultura, articula percepção e memória permitindo que a razão e a imaginação desenhem novas realidades. Cumpram seu papel de identificar e criar novos significados para fatos históricos.

 

O artigo apresenta lacunas e omissões, convém reiterar que a menção a alguns filmes e autores não apaga o empenho de inúmeros outros cineastas que contribuíram para que o cinema cumprisse um papel de veiculo desencadeador do conhecimento e da crítica a diferentes realidades sociais.

 

O ato de consciência, muitas vezes proporcionado pelo cinema, estimulou a participação em movimentos sociais que transformaram a fisionomia política de nosso país rumo às liberdades democráticas.

 

Já foi dito que a arma da crítica converte-se em força material transformadora quando se torna acessível às massas. Sua apropriação pelos canais da cultura e educação é indispensável para que os jovens tenham aspirações mais elevadas e um projeto de futuro que não reproduza as mazelas do passado.

 

 

Wagner Braga Batista é professor aposentado da UFCG


Data: 01/04/2009