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Ministro Haddad convida particulares para se integrarem ao novo Enem

Participação das instituições privadas deverá ser detalhada nos próximos dias.

 

O ministro da Educação, Fernando Haddad, em reunião de trabalho nesta terça-feira, 7, na sede da Associação Nacional das Universidades Particulares - ANUP, convidou a rede privada do ensino superior para integrar o novo Exame Nacional do Ensino Médio - Enem, que pretende substituir o atual modelo de vestibular para ingresso na educação superior. Ele falou para os presidentes que compõem o Fórum das Entidades Representativas do Ensino Superior Particular.

 

A participação das instituições de ensino superior privadas no novo modelo do Enem deverá ser detalhada nos próximos dias. Mas o ministro adiantou o conceito do novo exame que será “na verdade uma combinação do Enem com o vestibular”, como disse.

 

Para Fernando Haddad, o novo exame pode servir de fase única de processo seletivo com muito mais “flexibilidade e inteligência” do que no atual. Ele reconheceu a criatividade das particulares nos vestibulares e justificou a participação dessas IES no novo Enem. “O setor privado sempre tenta inovar do ponto de vista dos processos seletivos, mas se nós tivéssemos uma métrica única nós poderíamos ter um impacto muito favorável nos processos avaliativos da educação superior”, detalhou ele.

 

O ministro explicou que o novo exame pode trazer benefícios para as instituições do ponto de vista da avaliação. Segundo ele, hoje o esforço que a instituição faz por vezes para recuperar o aluno que veio deficiente da educação básica, não é medido. “Uma das queixas que se faz é que o Enade é aplicado no final do primeiro ano, quando muitas instituições já atuaram fortemente sobre o aluno para corrigir deficiências acumuladas ao longo da educação básica. Assim, o esforço da IES fica perdido e não é medido, já que esse exame é comparado com o exame do final do quarto ano”, disse o ministro.

 

Como o esforço de recuperação que a instituição faz não é medido, o empenho gasto não agrega no IDD. Segundo o ministro, esta situação estaria superada com o novo Enem. “Com o novo exame ele vai aferir o esforço da instituição já no primeiro ano”, disse.

 

Mas para que o novo Enem emplaque de maneira decisiva, a adesão nos processos seletivos seria um ingrediente substancial para corrigir essa distorção do IDD. De acordo com a proposta o índice conhecido no Sinaes como V0, seria o novo Enem. “Se o V0 for o novo Enem, estaria resolvido o problema dramático de instituições que fazem um grande esforço para melhorar as condições do ensino no primeiro ano”, afirmou o ministro.

 

Para o presidente da ANUP, a proposta sinaliza como um avanço. Ele disse que um número significativo das IES particulares já aproveita os resultados do atual Enem em seus processos seletivos. “Para o ingresso dos alunos, muitas instituições já consideram a nota do Enem junto com as notas do aluno no ensino médio para classificarem o estudante, muitas vezes o dispensando da prova do vestibular”, afirmou. No entanto, Abib Cury preferiu esperar o detalhamento a ser feito pelo MEC para avaliar se a adesão será realmente interessante para as IES particulares.

 

Ele concluiu pedindo ao setor privado que analise com interesse a proposta. “Trago a consideração que reflitam sobre as vantagens do novo Enem porque ele vai captar com muito mais acuidade o incremento no desenvolvimento acadêmico do estudante”, disse Haddad.

 

O ministro anunciou ainda que nos próximos dias, irá convocar uma reunião no MEC para que o INEP apresente de forma sistemática o impacto no novo Enem na qualidade dos ensinos médio e superior.

 

(Assessoria da ANUP)


Data: 08/04/2009