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35 instituições concentram os melhores cursos do país

Dados do MEC mostram que 105 tiveram conceito máximo nas 30 áreas analisadas em 2008

Apenas 35 instituições de ensino superior no país concentram os cursos mais bem avaliados pelo Ministério da Educação nas 30 áreas analisadas no ano passado. De acordo com dados divulgados na última semana, 105 cursos tiveram nota máxima entre os 7,3 mil avaliados.

Duas escolas se destacam - o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) teve três graduações avaliadas neste ano e as três tiveram conceito máximo (em uma escala que varia de 1 a 5). O Instituto Militar de Engenharia (IME) recebeu nota 5 em oito dos seus nove cursos. O outro teve conceito 4.

Além dessas, outras cinco instituições se destacam. A Universidade Estadual Paulista (Unesp) teve 68 cursos avaliados e 22 com nota 5, equivalente a 32% do total. Ainda teve os melhores cursos do país em Biologia, Letras, Matemática e Química. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio receberam o conceito mais alto em 34% dos cursos avaliados. A PUC-RJ ficou em primeiro lugar em Engenharia Civil, Engenharia de Petróleo e Pedagogia. A UFMG, em Computação e Ciências Sociais.

Outra federal que se destacou foi a do Rio Grande do Sul (UFRGS), que conseguiu nota 5 em seis cursos, entre os quais Arquitetura e Urbanismo.

Os resultados são do Conceito Preliminar de Curso (CPC), que é usado pelo Ministério da Educação para definir quais instituições terão avaliação in loco - o foco, nesse caso, são os conceitos 1 e 2, considerados insatisfatórios. O CPC é formado pelo resultado dos alunos no Exame Nacional de Desempenho do Estudante (Enade), além de informações sobre formação e carga horária dos professores, infraestrutura e projeto pedagógico.

Neste ano, o ministério divulgou a avaliação, realizada pela segunda vez, nas áreas de licenciaturas, engenharias, computação e também cursos tecnológicos.

O perfil

Entre as particulares, aparecem, além da PUC-RJ, a Universidade Mackenzie, em Engenharia de Materiais, a Universidade Cruzeiro do Sul, em História, e a Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia, em Filosofia. Entre os tecnológicos, estão a Universidade do Vale do Rio dos Sinos, com Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, e a Universidade de Marília, em Tecnologia em  Manutenção Industrial.

Com 13,3 mil alunos e 1,2 mil professores de 23 cursos de graduação, a PUC-RJ tem a maior parte dos estudantes de classe alta e cobra mensalidade entre R$ 1.200 e R$ 1.700. Para o vice-reitor de Assuntos Acadêmicos da instituição, José Ricardo Bergman, o resultado não se deve apenas a ter bom alunos.

"É lógico que isso influencia, mas temos 40% de estudantes que recebem algum tipo de bolsa e eles também se destacaram." Bergman atribuiu o sucesso à preocupação com a qualidade acadêmica que permeia todas as atividades de graduação e pós-graduação. Ele também destacou o fato de todos os cursos ficarem no mesmo câmpus, o que permite interdisciplinaridade entre os estudantes.

No caso da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a instituição atribui as notas máximas à política de considerar o ensino indissociável da pesquisa e extensão, que gerou uma cultura de busca da inovação.

"Há uma pressão muito forte desde o início para que todos se enquadrem nesse padrão", diz o secretário de avaliação institucional da UFRGS, Gilberto Dias da Cunha. "Ao longo de sua vida acadêmica é certo que o aluno da universidade vai escrever de um a três artigos científicos."

Atualmente são 8 mil projetos de pesquisa e 3,5 mil projetos de extensão. Apesar de comemorar, Cunha admite que há melhorias a fazer, principalmente em salas de aula antigas, sem o tamanho adequado aos equipamentos e às redes de transmissão de dados, e necessidade de ampliar o quadro de pessoal de apoio.

 

(O Estado de SP, 7/9)


Data: 08/09/2009