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Artigo

COMPROMETIMENTO ORGANIZACIONAL: Um constructo compreendido na UFCG

 

Nas últimas décadas, um clássico multidimensional do comportamento humano tem sido palco de redobradas atenções. Trata-se do estudo sobre o comprometimento dos indivíduos em seu contexto de trabalho. Essa temática tem sido alvo de numerosas pesquisas em todo o mundo, na busca de explicações sobre como os indivíduos desempenham e articulam seus níveis de comprometimento em seu contexto de trabalho, tanto em relação ao trabalho que realizam quanto em relação às organizações das quais fazem parte.

 

Dentro desse contexto, procurou-se entender a pluridimensionalidade desse constructo, no âmbito do setor público, sobretudo no diagnóstico de possíveis disfunções típicas encontradas em algumas instituições, tais como: o baixo engajamento de seus dirigentes, o despreparo e a falta de compromisso de servidores para com a função pública, cujos aspectos contribuem para cristalizar uma imagem de servidor ocioso, inoperante, desqualificado e outros rótulos já “consagrados” pela sociedade.

 

Assim, procurou-se estudar o comprometimento organizacional na Universidade Federal de Campina Grande – UFCG, Campus I, a fim de trazer contribuições de ordem prática que vislumbrem melhores condições para a eficácia administrativa e para as políticas de Recursos Humanos nesta instituição pública de ensino superior.

O estudo procurou analisar o comprometimento organizacional dos servidores da Universidade Federal de Campina Grande (Campus de Campina Grande), com base no modelo tridimensional de Meyer e Allen (1991), para identificar o tipo de comprometimento predominante na instituição. Este modelo, dentro de uma análise mais explicativa, abrange as seguintes dimensões: o comprometimento afetivo, que diz respeito ao apego psicológico mais largamente enfatizado, associado a uma idéia de lealdade, de sentimento de pertencer, desejo de contribuir e dar energia para a organização; o comprometimento instrumental, que se refere ao apego psicológico, que reflete o grau em que o indivíduo se sente prisioneiro de um lugar pelos altos custos associados a abandoná-lo, ou seja, o trabalhador se sente recompensado com o que lhe é oferecido pela organização, uma vez que a sua saída implicaria sacrifícios significativos: econômicos, sociais ou psicológicos; e, por último, o comprometimento normativo, relacionado à internalização ou identificação com valores e objetivos da organização, onde se tem o dever moral de cumprir as obrigações.

 

Realizou-se uma pesquisa de campo exploratória e descritiva e os dados foram coletados através de questionário aplicado a 107 servidores. Em meio ao levantamento das respostas obtidas, observou-se que na UFCG - Campus de Campina Grande, o comprometimento afetivo revelou um percentual de (46,5%),  ou seja, ele sente que quer permanecer nela - o desejo. Já na dimensão do normativo, apontou-se (33,3%), ou seja, ele sente que deve permanecer nela - a obrigação. Partindo para a dimensão do comprometimento instrumental, revelou-se  um percentual de (20,2%), ou seja, ele sente que tem necessidade de permanecer nela - a necessidade.

 

Diante desse entendimento revelado pela pesquisa, pode-se afirmar que o comprometimento predominante na UFCG - Campus de Campina Grande, está regido pelo componente afetivo, apresentando um maior grau de precisão na mensuração do constructo. Os resultados obtidos corroboraram bem ao estudo no qual os indivíduos, nessa perspectiva, identificam-se com a organização, seus valores e metas, desejando, assim, permanecer como parte desta, de tal forma a se envolver na consecução dos objetivos organizacionais. A lealdade, o desejo de permanecer e esforçar-se em prol da organização é a ênfase desta dimensão revelada.

Considerando assim, esta dimensão, é chegada a hora de a instituição reconhecer o que foi revelado, através da implementação de políticas e práticas que garantam a manutenção e ,principalmente, o crescimento desse nível de comprometimento nos servidores.

 

Autor: Claudio Augusto Alves

Cargo: Administrador

Lotação: Coordenação de Controle Interno

Monografia desenvolvida para conclusão do curso de especialização em Gestão Pública.


Data: 30/09/2009