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Professores e pesquisadores selam pacto pela educação

Movimento criado pela SBPC contará com a participação de entidades não-acadêmicas. Lançamento será nesta sexta-feira, 13 de novembro


Estabelecer metas para garantir qualidade na educação básica de todo o país é uma das tarefas da SBPC. O compromisso será assumido pelo Grupo de Trabalho de Educação, criado pela entidade em 2008, e parceiros em diversos setores da sociedade: organizações civis, poderes Executivo e Legislativo, empresas, entidades, estudantes e sindicatos.

O movimento SBPC: Pacto pela Educação será lançado oficialmente nesta sexta-feira, 13 de novembro, em cerimônia no Auditório da Reitoria da UnB.

O grupo pretende incentivar a discussão de propostas que serão apresentadas aos governantes atuais e aos candidatos às eleições de 2010. O professor aposentado da UnB Isaac Roitman, integrante da SBPC e um dos idealizadores da iniciativa, conta que 10 representantes de diferentes organizações já participam das reuniões do movimento. Depois da criação oficial do grupo, ele espera que o número aumente.

A ideia é que os participantes do movimento construam estratégias de curto, médio e longo prazo até o fim do próximo semestre para melhorar a educação.

"Vamos entregar nossas propostas ao governo atual e, depois das eleições, ao governante que assumir. Além de ações, vamos estabelecer indicadores de acompanhamento. Se eles não forem atendidos, vamos fazer pressão com a sociedade", afirma Isaac Roitman. Segundo ele, a academia brasileira faz diagnósticos sobre a educação, apresenta projetos, mas não faz nada para transformar a sociedade. "Esse é a razão do nosso movimento", reforça.

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) ressalta que a iniciativa da SBPC é pioneira. Segundo ele, as instituições que tomam conta do ensino superior nunca olharam a educação básica como responsabilidade delas também. "Esse é um marco histórico. É a primeira vez que alguém do ensino superior coloca educação básica como um desafio. Estou muito satisfeito e espero que a SBPC pressione as universidades e elas pressionem os dirigentes políticos, começando pelo governo Lula, a iniciar uma revolução pela educação", pondera.

Cristóvam, professor e ex-reitor da UnB, participará da cerimônia desta sexta-feira, 13 de novembro. Ele quer provocar a plateia a pensar sobre os problemas que podem afetar o desenvolvimento do Brasil. A economia do futuro, como ressalta, é do conhecimento. Sem ciência e tecnologia, não há perspectivas para o país.

"Nada disso é possível sem educação. O maior problema do Brasil é a educação básica, que precisa ser eficiente e irrestrita, mas não é", critica. "Ninguém é intelectual em uma ilha deserta. É preciso ter outros provocando e desafiando, mas há poucos no ensino médio", destaca.

Os integrantes do movimento liderado pela SBPC têm a consciência de que as mudanças sugeridas por eles não poderão ser feitas rapidamente. A transformação esperada exigirá anos de trabalho. As propostas do grupo serão entregues sucessivamente aos governantes nos próximos 20 anos.

Entre os temas que pretendem abordar nas ações estão: formação do professor, valorização da carreira docente, gestão escolar, metodologia pedagógica, estrutura das escolas, avaliação. "A situação não vai mudar em meia dúzia de anos. Por isso, temos que nos manter vigilantes e contribuir ativamente para as transformações políticas", analisa Marco Antonio Raupp, presidente da SBPC.

Para Raupp, enquanto o ensino superior recebeu investimentos e apoio de políticas governamentais de forma razoável, a educação básica foi esquecida. "A comunidade universitária e científica tem o dever cidadão de contribuir para que essa realidade seja modificada", pondera.

(Assessoria de Comunicação da UnB)


Data: 12/11/2009