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Brasil se destaca na área científica na América Latina, mostra estudo

País é o que mais está se expandindo tanto em número de doutorados quanto de pesquisadores e de publicações científicas


Brasil, Argentina, Chile e México são os países da América Latina com melhores indicadores de desenvolvimento científico. No entanto, na Comunidade Ibero-americana, Portugal está mais desenvolvido neste aspecto que todas estas nações. Os dados são da Rede de Indicadores de Ciência e Tecnologia Ibero-americana e Interamericana (Ricyt).

O delegado português do Programa Ibero-Americano de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento (Cyted), José Bonfim, disse à Agência Lusa que o Brasil se destaca pelo crescimento em C&T e é o país latino-americano que mais está se expandindo tanto em número de doutorados quanto de pesquisadores e de publicações científicas.

"O Brasil representa, por si só, cerca de 50% das publicações científicas da América Latina e também cresceu muito em capacitação internacional e em número de instituições", afirmou Bonfim, membro da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).

Além de apostar muito em ciência - não só em pessoal, mas também em infraestruturas e equipamentos -, o governo brasileiro está expandindo este investimento a regiões menos desenvolvidas, não se limitando, como acontecia até há pouco tempo, a São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo o delegado português do Cyted, a dinâmica de crescimento do Brasil é a mais rápida na região. Por causa disso, tem aumentado muito a cooperação com Estados Unidos e com países europeus, como Portugal, Espanha e França.

Por outro lado, Portugal tem os melhores indicadores em termos de investimento em ciência e tecnologia da Comunidade Ibero-americana, ao mesmo nível da Espanha, em termos gerais.

O gasto total português em pesquisa e desenvolvimento era de 1,21% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007, ano em que o da Espanha alcançava 1,27%. No entanto, em 2008, Portugal passou para 1,51%, se distanciando dos demais países da Comunidade Ibero-Americana.

Já em gasto por investigador, em 2007 a Espanha foi o país que mais investiu (58,2 milhões de euros), seguida de Brasil (48,7 milhões de euros), Portugal (34,3 milhões de euros) e Argentina (14,9 milhões de euros).

A Espanha ficou à frente em número de pesquisadores por população ativa (9,35 por mil habitantes), enquanto Portugal teve 9,16, Argentina, 3,68, e Brasil, 2,02, de acordo com dados da Rede de Indicadores de Ciência e Tecnologia Ibero-americana e Interamericana (Ricyt).

América Latina

A Argentina registrou crescimento do ponto de vista qualitativo e mantém uma boa cooperação científica com o Brasil, segundo o delegado português do Cyted. Brasil e Argentina são, aliás, os países da América Latina com os quais Portugal tem mais relações científicas, através de acordos de cooperação bilateral.

Com o México, que desenvolve uma forte cooperação com Estados Unidos, Portugal tem um acordo cultural que prevê alguma cooperação científica, mas menos intensa, afirmou Bonfim, que acredita que serão firmados novos convênios bilaterais.

O Chile também tem uma capacidade destacável, com muitas universidades e um bom potencial científico. Bonfim citou ainda como "pequenos países interessantes" Costa Rica e Uruguai, além de Cuba.

O programa Cyted, que envolve Portugal, Espanha e 19 países latino-americanos, está centrado em projetos de pesquisa com potencial de aplicação no desenvolvimento.

A iniciativa abrange áreas como saúde, desenvolvimento sustentável, agroalimentar, ciência e sociedade ou desenvolvimento industrial, e o papel de Bonfim é promover a participação de Portugal nessas redes de pesquisadores, sobretudo no que se refere à divisão de resultados.

(Informações da Agência Lusa, de Portugal, 29/11)


Data: 01/12/2009