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13/04/05

Assentamentos possuem mais de 38 mil professores

Mais de 38 mil professores dão aulas nas 8.679 escolas localizadas nos 5.595 assentamentos rurais cadastrados pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra, em todo o país

É o que mostra a Pesquisa Nacional da Educação na Reforma Agrária divulgada nesta terça-feira, dia 7, pelo Inep. Desse total, 9.039 são homens e 28.996, mulheres.

De acordo com os dados, a maioria mora na zona rural, 21.561, sendo 12.900 nos próprios assentamentos.

No entanto, o número de professores que apesar de lecionarem em áreas rurais, moram em centros urbanos foi considerado elevado: 16.534. Em cerca de 80% dos estabelecimentos, os professores trabalham em apenas uma escola. Mais em 30% deles os docentes atuam em dois ou mais lugares.

Como ocorre em boa parte da zona rural do Brasil, a maioria das escolas é pequena, construída com materiais inadequados e possui instalações em situações precárias.

A maioria carece de água tratada adequadamente. Cerca de 48% têm apenas uma sala de aula e 22,8%, duas salas. Somando-se as escolas com uma ou duas salas apenas, chega-se a mais de 70% de estabelecimentos.

Esse é um dos motivos para que 70,5% das escolas de ensino fundamental atuem com turmas multisseriadas, isto é, várias séries ou ciclos em um mesmo espaço físico, ao mesmo tempo.

Além disso, 20% disseram que faltam professores para dividir os alunos. Outras 8% explicaram se trata de uma opção pedagógica.

Um total de 17% das escolas não conta com nenhum outro tipo de espaço além da sala de aula. Bibliotecas, por exemplo, existem em apenas 9% das escolas e 3% são servidas por bibliotecas volantes. O restante conta com poucos livros.

Apenas 18% têm na merenda produtos do próprio assentamento onde se localizam. Não há horta ou pomar em 85% dessas unidades e apenas 2% contam com um pomar.

Fundamental é o nível mais oferecido

O nível de ensino mais oferecido nos assentamentos é o primeiro segmento do fundamental, ou seja, da primeira a quarta série. Nelas, o atendimento de alunos é equivalente ao da média nacional, 95,7%.

Apenas 4,3% dessas unidades têm ensino médio, somente 3,5% disponibilizam creche e 30%, pré-escola. A educação para jovens e adultos é oferecida por 0,7% dos estabelecimentos. Já o ensino superior e o profissionalizante são oferecidos por 0,1% e 0,2% dos estabelecimentos, respectivamente.

Os entrevistados consideram necessário o aumento da oferta de vagas em todos os níveis de ensino. Mais de 18% das famílias ouvidas destacaram que a falta de vagas para jovens e adultos é um problema a ser resolvido, principalmente no ensino médio.

Na educação infantil, a pesquisa mostra que 96% das crianças de 0 a 3 anos (creche) estão fora da escola. Entre as que têm de 4 a 6 anos de idade, 53% não freqüentam estabelecimentos de ensino.

Maioria dos alunos se declara parda

O número de estudantes, em 2004, totalizava 987.890 em todo o Brasil. Desses, 457.870 ou 45% estavam na Região Nordeste e 313.124 ou 32%, no Norte.

Dos 17.463 estudantes de 11 a 14 anos que estão fora da escola nos assentamentos de reforma agrária, 12,2% ou 2.124 nunca a freqüentaram, não lêem nem escrevem.

A maioria das crianças com esta idade e que estão fora da escola é parda: 75%. Já 16,4% se declaram brancos, 7,3% negros e 1% amarelos.

O percentual de brancos desta faixa etária dentro da escola é maior do que sua representação entre os que estão fora da escola: 23,6%.

O percentual de pardos é de 65,7%, 10% a menos que sua representação entre os que têm a mesma idade e não estão estudando. Por outro lado, o percentual de negros é maior dentro da escola do que fora. São 9,2% estudando e 7,3% entre os que não estudam.

Há poucos órgãos colegiados nas escolas


A pesquisa do Inep também revela o nível de participação nas escolas rurais. Apenas 3,1% das unidades que servem a assentamentos têm grêmio estudantil. O número de Associação de Pais e Mestres e conselhos escolares também é reduzido: 16,5% e 23,6%, respectivamente. Aproximadamente 62% não têm nenhum órgão colegiado.

Em relação à direção, a maioria (56,5%) não tem diretores, 26,3% possui diretor na escola e 17,2% são escolas com diretores em uma escola-pólo, à qual estão subordinadas.

Das unidades que possuem diretor, em apenas 16,8% delas eles são eleitos pela comunidade escolar. Para realizar o levantamento, o Inep visitou 1.651 municípios de todo o país e entrevistou 10,2 mil famílias.

Fonte: Folha Dirigida, 07/04/05

 

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